sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

(Feliz) Natal


Queridos amigos (e China),


acho que nunca passei um dia de Natal tão triste como este ano.

(a chuva e a ressaca também não estão a ajudar)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Vodafone ADSL

Queridos amigos (e China),

Finalmente já tenho internet cá em casa. Aderi ao ADSL da Vodafone em vez de tentar falar com algum gestor conhecido lá no trabalho para ver se me arranjavam uma solução mais baratinha. Como sabem, a mim ninguém me engana (quero dizer, não digo que não aconteça, mas é muito difícil...)

A senhora da loja disse-me que a instalação demora entre 7 a 8 dias, mas que entretanto podia usufruir da internet através de uma placa de banda larga de empréstimo (mediante uma caução de € 50,00) até 5 Gb de tráfego. De imediato fiz contas de cabeça e cheguei à conclusão que consumo muito mais de 5 Gb de pornografia em 8 dias. Mesmo que veja só videos de sexo oral, não chega. Contudo, paguei a caução e trouxe a placa.

No caminho para casa vinha a pensar: "Masturbo-me só hoje, só para comemorar o 1º dia de internet, e nos restantes 7 dias tento navegar com os 0,9 bytes restantes."

Quando cheguei preparei logo tudo: fui buscar uma tira de papel higiénico (mais ou menos do tamanho do meu braço, que é a medida standard), dobrei-a em 4 e coloquei-a em cima da mesa ao lado do portátil. Devo referir que o portátil é novo, pelo que ainda não retirei aquele plástico protector, e nem sei se alguma vez vou fazê-lo... Bom, quando já tinha tudo pronto, quando inclusive já tinha na minha cabeça restringido a pesquisa do vídeo específico que iria escolher, eis que ligo a placa e... descubro que a puta não corre no Windows 7!!

Extremamente enervado, desço novamente para o Rossio a fim de apresentar a minha reclamação na loja da Vodafone. Só que a loja já tinha fechado, e agora já não posso desistir e escolher outra operadora, porque entretanto já processaram o meu contrato de fidelização de 24 meses... então não é azar, caralho?... foda-se...

Empate técnico

Pois que temos um empate entre Simão Sabrosa e Chalana.
Vamos precisar da acção divina e tentar que o Grande desempate.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Não está fácil

Caros amigos,
Venho desde modo anunciar que o meu voto para medio/extremo esquerdo vai para o pequeno genial. Deste modo significa que o Simão ganha 2-1 mas... faltam votos.
Quero aqui salientar o facto de que este blog começou com 5 autores e que rapidamente passou para 4.
Passado este tempo tenho a impressão que estamos reduzidos a 3, enfim, pessoal que se muda para a capital à menos de um mês e já pensa que é superior.

Até uma próxima.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Let it snow, let it snow, let it snow!


Aproveitando o espírito natalício, Utrecht resolveu despedir-se de mim em beleza...




sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Speed Stacks



Bati no fundo. Claramente não devo existir. Deus, caso exista, deve eliminar-me da face da terra.
Como é que se passa uma bela noite de 5ª feira? - perguntei para mim.
A resposta está no video que aqui deixo. Lindo, não é? Pois é. Assim se passa uma hora da nossa noite de 5ª feira.
E afirmam vocês:
- Podias ter lido um livro.
- Escrito um livro.
- Praticar relações de uma forma temerária e extravagante.

Mas não. Ocupei o meu tempo a ver um brilhante desporto onde Homens...aaggghhhhh...ok, crianças, empilham copos e depois o que acontece? - Desempilham.
Isto tudo, numa velocidade impressionante.
A pergunta que se coloca é o que estas crianças fazem?
Jogam Futebol?
Ténis?
Jogam à porrada? Uns com outros? Masturbam-se? Uns com os outros?
Copos!!! É isto!!! Praticam a fabulosa modalidade de empilhamento de copos.

Amanhã vou passar o serão de uma forma ainda mais louca: ver a Tyra Banks na SIC Mulher.

Despeço-me com amizade
SAF

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Palhaço



Simplesmente genial. Do melhor que eu vi em comédia. O mais impressionante desta obra prima é a tentativa do moderador em acalmar os ânimos:

- Oh, oh Sr deputado...
- Oh, oh...
- Oh, Sr deputado
- Oh...oh

Despeço-me com amizade
SAF

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nome Empresarial

Gostaria de lembrar a todos a importância de como um nome empresarial pode ser meio caminho para o sucesso ou para o fracasso. "Ink Drop" e porque não "Os cinco amigos" muita gente se questionou sobre este facto...pronto alguma gente... OK foi só uma pessoa mas isso não interessa.
Esta pequena introdução serve para vos dizer que abriu uma churrasqueira no Laranjeiro com o nome "CAT GRILL" (risos) , ora aqui está um nome destinado ao sucesso (mais risos).
Este nome deu algumas ideias para futuras empresas tipo "Restaurante Rato na cozinha", "Óptica Cegueira", "Clinica Médica A funerária" ou mesmo "Empresa de Construção Civil Vem tudo abaixo".
A título de curiosidade este estabelecimento abriu ao pé de onde permanece o pensador de "Os cinco amigos" será do ar?

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Vai um Cou de Pied?


Segundo o jornal Record de hoje Jorge Jesus proibiu os jogadores de usarem collants no treino, assim como no jogo. O nosso blog apurou que a notícia não foi muito bem recebida no seio do grupo, até porque Nuno Gomes se tinha feito acompanhar do habitual tutu e das sapatilhas de pontas.


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

sábado, 7 de novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

De olhos fechados


Fechei os olhos e deixei que os teus lábios molhassem os meus. Que a tua língua se envolvesse na minha, que o teu cheiro me completasse. As tuas mãos nas minhas... os nossos braços fundidos num abraço apertado, o calor do teu peito contra o meu. As curvas da tua cintura, das tuas ancas, das tuas coxas, territórios que exploro como se cada vez fosse sempre como a primeira. Só me sinto completo quando te amo, só assim percebo o sentido de tudo isto. Obrigado por existires, por seres, por mim...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O REGRESSO

Pois é meus caros amigos, venho por este meio informar-vos que neste fim-de-semana regressei aos tacos, sim aos tacos, os tipos do futebol regressam aos relvados e os tipos do futsal regressam aos tacos, expressam que não tem qualquer sentido pois o piso era um sintético aborrachado.
Estou bastante feliz com o meu regresso e só tenho uma coisa a dizer:
-DOR, MUITA DOR.

A última vez que tinha ido jogar foi há quase um ano depois de ter estado com o China na Tendinha a beber umas 150 minis e a ver o Benfas levar 5 dos gregos, mas como a mim ninguém me engana fui fazer três jogos no Sábado. Pensei:
-"Já não jogo à uma porrada de tempo vou mas é à baliza."
-DOR, MUITA DOR.

A minha equipe era constituida por : Nuno (35 anos), Danilo (26), Pedro(34), Tojo (34), Paulo (41), Gigi (44) e Cana (47) enfim jogadores quase seniores e o primeiro jogo foi contra a equipe junior de futsal do Clube do Feijó que corriam como se não houvesse amanhã.
-DOR, MUITA DOR.

O segundo jogo foi contra uma equipe formada por jogadores de futebol de 11 do Beira-Mar de Almada tudo mais ao menos a rondar os 21, 22 anos tirando um veterano de 35 que também corriam que nem diabos.
-DOR, MUITA DOR.

O último jogo foi contra uma equipe de uma empresa que eu não me lembro o nome mas todos os jogadores a rondarem os 25 anos.

No final acabámos por ganhar o torneio o que significa que o futuro do futsal está de rastos e eu também.
Domingo não me consegui mexer e 2ª feira que até me está a custar escrever.
-DOR, MUITA DOR.

Até uma próxima.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Millennium



Depois disto Manuel Machado tirou todas as suas poupanças do Millennium.

Até uma próxima

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Setenta Virgens

Será que se eu ligar o gás, acender um fósforo e gritar – Allahu Akbar – poderei ir para o céu e ser recebido por setenta virgens?
Será que é necessário levar sempre alguém comigo?
Se calhar para ser recebido por setenta virgens deverei passar por um controlo de qualidade apertado:

- Bom dia. - cumprimentou o Auditor de Qualidade das pessoas que se rebentam gritanto “Allahu Akbar”
- Bom dia. – respondi.

Buuuummmmmmm

- Mais um que não fez explodir tudo enquanto esteve lá em baixo. – Explicou o Auditor de Qualidade. De seguida com uma voz autoritária, testa franzida e olhos bem abertos, puxou de um microfone e gritou:
- Patinadora à caixa 7. Patinadora à caixa 7 para limpeza.

Imediatamente lamentou a demora e continuou.

- Então o Sr fez-se explodir e gritou “Allahu Akbar”!!! Muito bem, pretende as setenta virgens ou já as trouxe consigo? – perguntou o Auditor de Qualidade
- Não trouxe ninguém. – respondi apreensivo.
- Ok. Foi involuntário; puxou o cordel; foi com um camião contra um Hotel? – perguntou de olhos postos na folha de controlo de qualidade.
- Foi com a botija de gás...mas gritei “Allahu Akbar”. – Expliquei na esperança que mesmo assim tivesse direito às virgens prometidas.

O Auditor de Qualidade imediatamente carimbou a folha de controlo e gritou ao microfone:

- Encaminhem o infiel para as tribos africanas masculinas...virgens.

Olhou para mim e estendeu-me a sua mão com um tubo de Halibut. Sem mais nenhuma explicação gritou:

- Próximo.

Acho que vou levar a minha própria virgem, pelo sim pelo não.

Despeço-me com amizade
SAF

Não percebo




Boas meus amigos.
Ontem dia 27 de Outubro de 2009 fiz o que faço praticamente todos os dias antes de almoçar, bebo um moscatel com cerveja preta e leio o Record.
Qual o meu espanto ao ler a crítica à arbitragem do jogo Benfica - Nacional, passo a citar "Má arbitragem com influência no resultado".
Alguém me consegue explicar?

Até uma próxima

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Novo anúncio da Zon

Pequenos reparos

Primeiro:
-As ausências já não são novidade, por isso não há necessidade de desculpas.

Segundo:
- O João não tem mano Tai nem mana Buffy.

Terceiro:
- Não vou comentar o resto das tias.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Jóni

O tio pede muitas desculpas por não estar nos teus anos.
O tio está sempre a pedir muitas desculpas.
Desta vez a descupa foi ir buscar a tia Buga ao canil.
O tio foi buscá-la ao canil, e levou-a para a clínica da tia Kátia, e deu-lhe banho, e escovou-a (isto tudo com a ajuda da tia Carla), e depois deu banho à tia Buga, e escovou-a, (isto tudo com a ajuda da tia Carla), e levou a tia Buga um bocadinho até à fonte-da-telha (por acaso a tia Buga ficou no carro, o tio Roque e a tia Carla foram beber café à esplanada de um bar espectacular que dava mesmo para o mar, e a praia também era espectacular para a tia Buga correr, caso não tivesse ficado no carro), (isto tudo com a ajuda da tia Carla), e depois do passeio, o tio foi levar a tia Buga para a casa nova da tia Carla, que é onde a tia Buga vai morar, e como o pai disse que a festa começava a partir das 16h, e foi mais ou menos a essa hora que o tio chegou a casa, o tio achou que não estava muito atrasado, e por isso sentou-se no sofá da sala, a pensar "e agora? vou aos anos do Jóni ou ajudo a Carla a pintar a casa?"

O tio decidiu logo.
Mas demorou mais de uma hora a convencer-se.

Por isso o tio pede muitas desculpas, Jóni.
O tio está sempre a pedir muitas desculpas.

domingo, 18 de outubro de 2009

Brilhante

"Brilhante texto de um jovem em ascenção no mundo da literatura."

- Público

"Grande destreza literária de um mestre nos textos e na - unidade linguística dotada de sentido, constituída por fonemas organizados numa determinada ordem, que pertence a uma (ou mais) categoria(s) sintáctica(s) e que, na escrita, é delimitada por espaços brancos - espectacular."

- Jornal de Notícias

"Um Adonis da escrita e nomeadamente neste texto"

- MaxMen

"Um texto escrito com uma sensualidade, uma voluptuosidade, um prazer intenso que deixa qualquer leitor preso à sua escrita."

- José Saramago

"O Homem é bom de escrita neste texto."

- A Bola

"Nós, a Associação de utilização de Halibut para os Gay's da Noruega, manifestamos o interesse neste texto."

"A Associação de Libertação das Mulheres casadas com Homens sodomizadas por Agricultores Africanos considera este texto - magnífico."

Após longas negociações com o escritor do texto, este deu permissão para a publicação do mesmo neste Blog:

Título: o Texto

- Texto

Fim

Despeço-me com saudade
SAF

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ao frio

O assobio agudo do frio gelava-me até às entranhas mas estava proibido de tremer, de me mexer. A respiração tinha de ser controlada, abafada, e o olhar estático atravessava a telescópica, montada precisamente para aquela distância. Escolhia sempre as armas criteriosamente, mas daquela vez tinha tido mais cuidado do que nunca. Não podia falhar!
Primeiro saíram os seguranças, inspeccionando o perímetro como cães esfomeados em busca de um osso escondido. Estava limpo! Quer dizer... não estava, mas eles pensavam que sim, e era o que interessava. Eu estava dissimulado naquela árvore ainda antes de terem entrado, portanto, agora que saíam nem sequer se apercebiam da minha presença, fundida entre a folhagem e o tronco. E depois saiu ela, acompanhada do novo namorado e do caniche (acessório imprescindível às estrelas pop como ela) que me tinha irritado tantas manhãs, enquanto estivemos juntos. Destravei a arma, e aquele clique anunciava ao meu cérebro treinado que o ponto de não retorno estava prestes a ser ultrapassado. Respirei fundo, sabendo que nos próximos 2 minutos não precisaria de o voltar a fazer.
O impacto silencioso da bala perfurou-lhe o crânio e o corpo dela tombou para o lado oposto ao que eu me encontrava, como um prédio a implodir ligeiramente inclinado. A cara do tipo reflectia a confusão que estava a sentir, sem perceber ao certo como é que ela se tinha ferido daquela maneira com uma simples queda nuns degraus, embora os seguranças já tivessem compreendido a gravidade da situação. A mancha vermelha apoderava-se do branco da neve. Estava morta!
Nunca mais me iria deixar... nunca mais! Alguns amigos já me tinham alertado que a nossa relação não iria acabar bem... O tempo deu-lhes razão! Se tivesse um pouco menos frio tinha sido melhor...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Parabéns Puto!!!!

Pois é... o Tio ligou ao seu amigo Silvestre para ele te mandar esta foto!!! Tás a ver? O tio é só connections!!! (Isso ou então é o facto do tio estar desterrado nesta terra fria e não ter nenhuma foto tua para fazer um post em condições...)

Olha puto... um dia espectacular para ti, cheio de cenas fixes!!! E a malta, claro está, vê-se no domingo, boa?

Beijinhos dos tios e dos primos Cabanenses!!

E para terminar... vá... os dois ao mesmo tempo, ok? Preparado? Vá... 1... 2... 3...
- UCRAAAAAAAAAAAAAAAAAANIA!!!!

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O "depois"

Tirou um cigarro do maço e, num gesto rápido de profissional do fumo, acendeu-o com a ajuda do isqueiro a gasolina. Gostava sempre de fumar um cigarro depois de estar com uma bela mulher. Quer dizer... não precisava de ser bela. Ficava ali, sentado no escritório, na penumbra, só com a pouca luminosidade proveniente do candeeiro de rua que orbitava em frente à janela. A luz entrava às fatias, cortada pelo estore velho que já não subia, descia ou fechava, e naqueles momentos apreciava o ar sombrio e taciturno do pequeno espaço que servia a sua actividade profissional. A ponta do cigarro ajudava à festa... era o toque de génio para o quadro ser mais encarniçado e, por isso, não se cansava de puxar, em longos tragos, pelo fumo, respirando-o, sentindo-o entrar pela boca, pela garganta, aquele toque áspero na traqueia, e depois a invasão quente dos pulmões. "Como é que há loucos que não gostam disto?" pensava vezes sem conta, enquanto se entregava ao prazer carnal de um cigarro.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Olha outro...

Lembro-me como se fosse hoje... chamado do banco nos minutos finais, já se ganhava por 4 ou 5, uma bola bombeada para a área, e a dúvida: "apanho antes de bater no chão ou depois? Antes ou depois?". Resolvo deixar bater... estúpido! O chão de terra batida está muito duro, a bola bate, ganha altura, e vai-me passar por cima. É indefensável... já foste! Mas não... ainda estou para perceber como, mas consigo dar uns 2 ou 3 passos atrás, salto por cima dos rins (ainda hoje me doem) e consigo tocar a bola por cima da barra, para canto. Ufff!!!

Este desgraçado já não teve a mesma sorte...


terça-feira, 29 de setembro de 2009

... no corredor dos produtos gourmet

Azeites gourmet, especiarias gourmet, vinho gourmet, tudo gourmet. Isto dos produtos gourmet veio mesmo para ficar. Primeiro uma tímida prateleira no fundo do supermercado, e agora já há corredores dedicados ao assunto. "Olá" interrompeu a voz atrás de mim. Virei-me, e o sossego que me acompanhava esfumou-se de imediato. "Olá Mariana", saiu-me, quase por instinto. "Por aqui?" continuou ela. Estava mais bonita do que antes... ou pelo menos do que das últimas vezes em que nos vimos. 2 anos? 3? Naquele momento percebi como as agruras da separação alteraram a forma como a via. Já para o final era apenas um obstáculo que eu queria transpor. Uma pedra no meu sapato, que magoava a cada simples passo que dava. Que me lembrava que estava ali. "Sim, estou a morar para estes lados. E tu?". É claro que estava farto de saber onde ela morava agora... e principalmente com quem estava. Os amigos comuns servem para isso mesmo... para nos trazerem à realidade, mesmo quando dela queremos fugir. "Eu moro aqui por trás. Mudaste-te há pouco tempo, não?". Queria parecer normal, descontraído, mas sabia que aqueles olhos azuis me escrutinavam o fundo da alma. Mesmo passado todo este tempo ela continuava a conhecer-me. A saber quem eu era. Por fora... mas principalmente por dentro. "Há umas duas ou três semanas" completei. Tinha o cabelo mais curto, mais tratado, e os óculos eram agora de assinatura. A vida devia ser bem melhor agora do que quando estávamos juntos. "Temos que ir beber um café um destes dias, ok?". "Claro!", respondi. "Gostei de te ver Pedro". "Fica bem!". E lá seguiu ela, pela sua nova vida... sem mim! E eu voltei a ficar sozinho... no corredor dos produtos gourmet.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O cálculo


Estou quase a ir morar para Lisboa. O passe do comboio acaba dia 7 de Outubro, não fosse isso, aqui ficaria, eternamente, a pagar € 350,00 euros de renda à mesma todos os meses, porque a mim é muito dificíl as pessoas enganarem-me.

Na verdade, tenho os próximos seis meses bem planeados. Faltam-me 15 dias para sair da casa dos meus pais. Até lá engordo 200 Kg. Fico assim com 269 Kg. É o suficiente para os próximos seis meses.

Naturalmente, isto envolve contas. Eu não sou perito em contas, mas o cálculo afigura-se-me por demais evidente:

269 Kg, a dividir por seis meses = 44, 83 Kg/mês

- portanto, posso perder até 44,83 Kg p/mês, é o ideal, mais também não -

Resulta então que os primeiros tempos não me preocupam. Não é saudável com a minha idade pesar 269 Kg. Não é saudável em nenhuma idade. Acho exagerado. A auto-estima encolhe-se, mórbido!, dobra-se infinitas vezes, mórbido nojento!, densa, tão pesada que deforma o próprio espaço-tempo, afunda-se no espaço-tempo, como se de alguma forma o amor-próprio fosse contraído à singularidade, e para estas merdas, prefiro não comer nada, já tinha avisado que era muito difícil enganarem-me, e o que realmente me preocupa um pouco, não posso negá-lo, é o último dia dos seis meses, quando tiver apenas 1 Kg e quiser conduzir até ao Laranjeiro.

Contudo, agora é necessário engordar. E como tenho pouco tempo, foi necessário voltar a fazer contas. Eu não sou perito em contas, mas o cálculo afigura-se-me por demais evidente:

200Kg, a dividir por quinze dias = 17,93 Kg p/dia

E a melhor maneira de ganhar 17,93 kg por dia (sem quimícos), a mais eficiente, é ingerir 17, 93 Kg de carne por dia. Só carne magra, claro. Para ser saudável. E não encher muito também. Outra coisa, é evitar cagar. Sinceramente, não vejo nenhum problema nisso. Toda a gente sabe que quando era miúdo, e estive na colónia de férias O Século, não caguei uma única vez durante 15 dias! A única coisa, é poder fartar-me de estar sempre a comer carne. Devo intervalar, substítuindo-a por banha.

Carne magra/Carne magra/Banha
Carne magra/Carne magra/Banha

PARABÉNS



Como o tempo passa.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Apenas e só! (parte 2)

"Larga-me!", gritei-te quando me tentaste agarrar. "Como é que conseguiste?". Como é que é possível alguém fazer o que tu fizeste? Só me apetece chorar, gritar... A tua boca queria falar, mas os teus olhos disseram mais do que todas as palavras que naquele momento me pudesses dizer. "Tantos sonhos... tantas recordações... e agora? Diz-me.. e agora?", continuei. E agora? O que vai ser de mim? Sem ti... O que queres que eu faça? Como queres que eu sobreviva a isto? "Não dizes nada? Vais ficar calada?", acusei, na tentativa vã de me dizeres que era mentira... que tudo não passava de um gigantesco mal entendido. Mas não, e não aguentei mais. "Vou-me embora! Não consigo olhar mais para a tua cara! Amanhã passo por cá, quanto tu não estiveres, para levar as minhas coisas.", foi a última coisa que consegui dizer antes de sair porta fora... sem sequer olhar para trás. E o que me custou não olhar para trás, sabes? Deixei uma parte de mim (a mais importante?) para trás daquela porta, e não sei quando poderei recuperar, quando e como é que vou prosseguir. Isto é tudo demais para mim. Sou apenas humano, sabes? Apenas e só!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Ala Direito

Apenas me lembro destas duas opções para o lado direito, lembro-me de alguns cromos tipo Taument, Paulo Jorge e Alex, se alguém se lembrar de mais alguma é só dizer.



Votem meus amigos

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Apenas e só!

"Larga-me!". Só te queria impedir de saíres assim... acho que não merecemos. "Como é que conseguiste?". Vá lá... não chores assim que me dói. Também não saberia responder-te, mesmo que quisesse. Coisas de mulher, talvez. Sempre tive dificuldade em resistir a homens com carisma, com presença, com charme... enfim, homens! E agora tu já sabes. E logo da pior forma. "Nunca foi minha intenção magoar-te!" tentei dizer, mas o teu olhar ferido interrompeu-me ainda antes de começar. "Porquê? Posso ao menos saber porquê?". Lá estão os homens a tentar perceber razões onde elas não existem. É preciso motivos para amar? Eu pelo menos, com todos os homens que amei até hoje, nunca precisei de um. "Tantos sonhos... tantas recordações... e agora? Diz-me.. e agora?". Agora? Agora... sei lá! Eu sempre fui assim... tu é que nunca me conheceste, ou quiseste conhecer. Mas não quer dizer que não te ame... claro que nem vou tentar explicar-te o porquê (se é que há um porquê) de toda esta situação... e das outras que tu não sabes nem nunca saberás. "Não dizes nada? Vais ficar calada?". Podia dizer-te o que quer que fosse que tu não ias ouvir. Sim... não sou perfeita. Sim... não consigo seguir os limites da fidelidade (seja lá isso o que for) impostos por esta sociedade hipócrita. Mas olha... sou fiel! Ao amor! Mas isso tu nunca irias entender... "Vou-me embora! Não consigo olhar mais para a tua cara! Amanhã passo por cá, quanto tu não estiveres, para levar as minhas coisas." E pronto... lá vais tu, porta fora, sem sequer olhares para trás. Só tenho pena da ideia com que ficas de mim. Sou apenas humana, sabes? Apenas e só!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Afinal...

... a Dinamarca empatou. E não fossem os Malteses tão burros e a Suécia tinha também empatado.

Pelo menos a hipótese de arranjinho foi posta de lado. Se não formos é porque não merecemos e pronto!

Em Outubro há mais. Até lá, como diria o Torres:
"Deixem-me sonhar!"

... isto antes do Alzheimer. Agora diria:
"Quem és tu? Paizinho?"

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Contas e mais contas...

Estava aqui a pensar que se a Dinamarca amanhã empatasse na Albânia (a Suécia fez o mesmo), e perdesse com a Suécia e com a Hungria (nada do outro mundo)... e Portugal ganhasse os jogos todos até final (aqui já é sonhar alto, porque jogamos com a Hungria e com Malta, esses colossos...), assim como a Suécia (joga em Malta, na Dinamarca e em casa com a Albânia)...

... passavam Suécia e Portugal. E o que eu me ria....!!!

Mas pronto, a Dinamarca ganha amanhã na Albânia, e depois vai haver arranjinho (como em 2004) entre a Dinamarca e a Suécia para passarem os 2... e lá se vai o Mundial! Só espero que corram com o Queirós(z), mas acho que não temos essa sorte!!!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Preto no branco

Na minha banheira branca vive uma aranha preta. Uma aranha preta pequenina. No outro dia perguntou-me as horas. "Nunca tomo banho com o relógio no pulso", respondi-lhe.
A aranha preta não tem pelos. "Depilação definitiva" respondeu-me, com alguma vaidade, quando lhe perguntei. Não tem manchas amarelas, nem um olhar ameaçador como as aranhas peneirentas dos filmes. Limita-se a ser como é.. uma aranha preta, pequenina, numa banheira branca.
Preparou-me um lanche ontem à tarde. Mosca morta, e escaravelhos sem pernas. "Uma especialidade!", afirmou.
Está enamorada do aranhiço que habita no canto escuro da despensa. Já me disse para lhe dar uma palavrinha. A ver se um dia destes me lembro... logo agora que tenho andado tão ocupado.

Seleção Nacional - Análise - Parte I

Esperança

Pois queria deixar aqui bem claro que ainda tenho esperança na qualificação da seleção nacional para o Mundial 2010 na Africa do sul, inclusivé até acho que vai ser bastante fácil, passo a explicar:
-Ganhamos os próximos dois jogos e no último só temos de ganhar 120-0 a Malta e a Suécia perder com a Albânia 50-44, levar sete amarelos e três vermelhos para ganharmos no desempate por fair-play.
Como podem ver caros amigos, optimismo é o que não me falta.
Só espero que as altas autoridades do desporto estejam atentos ao último jogo da Suécia contra a Albânia, pois, parace que estou a ver os Albaneses a ganharem só por 49-44 e depois virem dizer que deram o máximo e que não houve "arranjinho" nenhum.
Ficarei atento.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Tenho de ir

"Tenho de ir..." disse com a voz afogada em lágrimas. "Eu sei pai. Eu sei... é o teu trabalho. Só te quero dizer que gosto tanto de ti... tanto!" responderam os olhos castanhos brilhantes. "Compreendes que eu faço isto por vocês? Por ti... pela mãe... pelo mano. Percebes isso?", "Claro pai. Quando for grande também quero ser como tu.", "Não filho... não sejas. Há tantas outras coisas para fazer, meu amor.", "Eu sei pai, mas quero... entendes? É isso que eu também quero para mim!", "Pronto... não te vou contrariar. Tu, quando cresceres, vais saber o que é melhor para ti.".
O abraço silencioso que se seguiu continha mais sentimento do que todas as palavras de todas as línguas da terra. Choraram agarrados perante o destino que a vida lhes tinha guardado. "Toma bem conta deles, está bem?", "Até breve pai...". E o homem pegou na mala e saiu em silêncio.

Nessa tarde, um grito ecoou alto nos corredores de um centro comercial de Tel-Aviv... "Allahu Akbar! Allahu Akbar!", seguido de uma explosão arrasadora.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

(in)Fidelidades

A propósito da crise, dos seus efeitos e afins, o Expresso noticiou que as marcas brancas valem mais de 1/3 das vendas nos hipermercados. Para alguns produtos de facto não ligo às marcas, mas...
- Óleo é Fula
- Cerveja é Sagres
- Manteiga é Mimosa
- Iogurte é Danone
- Queijo Flamengo é Limiano
- Para a barba é Gilette
- Shampoo é Linic

Quanto ao resto... que me lembre, até pode ser "branco"...

E vocês?

Não morreu

Até agora nada...
Continuo à espera...

Despeço-me com amizade
SAF

p.s - espera aí...uuuiiiiii...não, falso alarme, estão vivas.

Hoje é dia de trabalho

Hoje é dia de trabalho e eu estou aqui!!!
Estive à volta do Blog para escrever um texto, algo que fosse interessante.
Agora, estou sem sono, sem texto, sem inspiração, sem vontade de me tocar...tudo corre mal.
Portanto, neste momento, para que a noite me corra melhor vou obrigar-me a ver o "Toca a Somar" e o "Toca a ganhar" tudo programas interessantes com apenas um motivo que me poderá despertar - a morte de alguma das apresentadoras...estou com esperanças.

Despeço-me com amizade
SAF

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Não vás...

Olhei-te nos olhos com ternura. As mãos tremiam-te... tudo em ti tremia, sem conseguires explicar porquê. Só porque sim... Nervos de uma primeira vez, provavelmente.
Gritavas coisas que não conseguia perceber. Coisas que talvez para ti fizessem sentido, mas que para mim eram sílabas ao acaso, libertadas pela tua voz jovem e cheia de vida.
Estávamos sós, e aquele isolamento dava-te a confiança para avançares sobre mim. E eu queria dizer-te que estava tudo bem, que eu não me iria opor, que estava ali para ti. Mas tu não me compreendias...
Sem resistência, tiraste-me tudo. Tudo! Fiquei ali... a olhar-te, enquanto saías da minha vida, para sempre, e eu ficava sem nada... nada! Percebes? Nada!!!

... sem carteira, sem dinheiro, sem passaporte, sem roupa... nada! Filhos da puta!!!

Nunca mais venho de férias ao Uganda!!!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

As nuvens escuras... o comboio vazio... o trec-trec repetido vezes sem conta nos carris. "Utrecht Centraal" diz a voz metálica no altifalante. O Dom olha para mim, num abraço frio. Mais logo sei que o canal espera por me ver passar... e eu respondo-lhe: "Estou de volta..."

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Parabéns Grande!!


Sem título

O que vou escrever?
Um romance?
Um poema?
Quiçá, sem tema!
Sem métricas
Nem regras
Apenas palavras...às cegas
Escrevo sobre amor
Sobre vaidade
Escrevo também saudade
E a amizade
E o amor onde fica?
É sentimento nunca ausente
Seja nas minhas palavras
Seja nas tuas
Seja no meu peito
Nas nossas mãos
Seja no teu jeito
E até em sentidos vãos
O que vou escrever...então?
Escrevo estórias
Onde todos estaremos
De abraço feito
Sentindo as nossas mãos
E sempre , sempre...como irmãos.

Despeço-me com amizade
SAF

p.s: dedicado a nós amigos

PARABÉNS





É com o maior agrado que, neste dia especial, te dou os meus sinceros parabéns amigo Carlos, não só pelo teu aniversário mas como pela tua primeira, repito, primeira intervenção neste espaço.

Um grande abraço.

sábado, 8 de agosto de 2009

Sarita


Nasceu a Sara, o segundo rebento.
Depois do Jonny, a Sara.
Mais uma pessoa para a Ritinha ignorar.
É assim a vida...

Nº 10



Ora então vamos lá eleger o nosso nº10.
Para os menos atentos, o Diamantino assim como o Néne começaram como extremos direitos mudando depois para nº10 e avançado respectivamente.
Acho que não me esqueci de nenhum, de qualquer modo se isso aconteceu façam o favor de dizer.

até uma próxima

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Estou cá

Chegámos...
Deixarei mais detalhes quando chegar.
Tenho vários temas que irei abordar:
- A viagem
- A senhora que nos acompanhou na viagem (uma senhora vestida de preto com uma foice)
- A estadia, com um incêndio

e isto foi até agora...

Despeço-me com amizade
SAF

Chegámos onde...à Irlanda, esqueic-me de dizer o país...Irlanda

A viagem

Espero aqui estar na próxima terça feira...ou não!!!!!
Um beijo, deste que vos adora...
Despeço-me com amizade
SAF

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O regresso...


Mantorras já treina às ordens de Jesus... ou melhor: Mantorras já coxeia às ordens de Jesus!!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Vale a pena ver

Cada ponto é um avião... 24h de movimento aéreo. É mesmo o transporte mais seguro do mundo!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

Comentário à Banhada

Caros amigos, que grande comentário, acho que deviam continuar, está realmente poético. Eu deixarei post's aos vossos comentários...eh!eh!eh!

Despeço-me com amizade
SAF

terça-feira, 26 de maio de 2009

Banhada


Bruno


Tenho andado um bocado sem coragem para te ligar, lol :-) Depois daquele combinanço todo, a troca de mails, o discount ticket, o jantar na terça-feira, vou eu, e, sem dizer absolutamente nada, dou-te uma daquelas banhadas à antiga!...


Desculpa!! Vou explicar tudo: quando chegámos a Amsterdão já tinhamos os jantares préviamente definidos, sendo o de terça-feira em Utrecht, só que na segunda-feira começou a falar-se em ir de fugida a Londres, porque na quarta-feira de regresso iamos estar 6 horas em trânsito no aeroporto de Luton, e como todos tinhamos o dinheiro mais ou menos contado, e era preciso pagar o easybus até Londres, e beber uma pint (o que até acabámos por nem fazer), decidimos sacrificar esse jantar e acabámos por fazê-lo em casa. Acontece que eu fui adiando o telefonema e depois fumei erva e depois acabei por não ligar. No outro dia estava envergonhado por não te ter avisado e fumei mais erva. Agora a erva já acabou e já não aguento mais não te dizer nada.


Outra explicação possível, é tê-lo feito de propósito para fortalecer ainda mais a nossa amizade! Pois que outro amigo alguma vez te deu uma banhada internacional? :-)


bjs!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Defesas Centrais


----Mozer----- Ricardo --- H. Coelho -- Gamarra

Vamos escolher a dupla.
Roque para ti pode ser o Paredão e o King, certo?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os meus sonhos

Não te conto os meus sonhos
quero apenas que os sintas
que os oiças com os teus sentidos
que sejam palavras para os teus ouvidos
que os retrates com a tua voz
que os cantes a sós

Os meus sonhos
são quentes e medonhos
são lutas que são travadas
com palavras e com espadas
são guerras combatidas
com forças desmedidas

Os meus sonhos
são os teus
são os nossos sóis
e nossos céus
é o teu corpo
são os teus véus
que te tapam
que te desnudam
que me deixam louco
por ti...meu amor
por ti.

Os meus sonhos
são os teus seios nos meus
são os meus olhos nos teus
são as tuas mãos nas minhas
são as tuas feridas
e delas...
fiz as minhas

Dos meus sonhos
eu me esqueço
me perco sem nunca me encontrar
no meu corpo tatuo o mapa
com o teu nome
para nele me recordar
tatuo as tuas palavras
para nelas mergulhar
tatuo o teu sorriso
para nele me encontrar
Oh...minha mulher
Nos meus sonhos tu vais ficar.

Despeço-me com amizade
SAF

terça-feira, 19 de maio de 2009

Encontros (Última Parte)


"Quero estar contigo... quero poder tocar-te, beijar-te, ouvir-te" disse num dos intervalos que o choro permitia. "Vou para junto de ti!", completou, decidido. "Não! Isso não! Não temos garantia nenhuma que nos vamos encontrar... as coisas não são assim tão simples" , "São sim... tu conseguiste chegar até mim... agora sou eu que vou ter contigo!!". E num gesto brusco e violento, arrancou decidido direito à linha na qual passava um comboio sem paragem programada naquela estação. Sentia todos os sentidos em alerta, na tentativa vã de impedir tamanha loucura, mas não queria saber. A confiança que sentia que aquele era o momento certo, o gesto certo, a única atitude certa a tomar, enchia-o de segurança, e sem abrandar, sem sentir o mínimo dos remorsos, lançou-se para a frente do comboio que circulava na estação e as últimas lembranças que guardou do mundo que agora deixava foram os gritos de pânico de algumas pessoas que antecipavam o que se iria passar... e o sorriso do velho, no outro lado da linha, como que à espera para o receber no novo mundo que para ele agora se abria.


Hoje, em alguns finais de tarde, ainda há quem diga que um casal se passeia naquela linha, sem destino certo, apenas com a certeza da companhia um do outro... para sempre!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Encontros (Parte XIX)


Levantou-se, na tentativa de se recompor de tudo aquilo que lhe estava a acontecer. Olhou bem fundo dos olhos dela: "Porque é que não me disseste? Porque é que não me fizeste lembrar?" perguntou-lhe, no meio de mais um aperto de lágrimas. "Percebi que não me reconhecias desde o primeiro dia que resolvi voltar ao nosso antigo final de tarde" respondeu ela, "A tua voz... a tua voz é a minha", disse ele "Pois, eu sei... mas é a única forma que tenho de falar contigo", "Tenho saudades da tua voz, do teu toque, de ti... de nós. Tantas...", "Eu também" respondeu ela, mantendo a mesma ternura no olhar. "Queria abraçar-te.. tanto, beijar-te até me doerem os lábios", continuou "Mas não pertencemos ao mesmo lugar. Tive muito medo enquanto decidia se voltava a ver-te, até porque todos me diziam que tu não me podias ver... mas eu não queria saber! Sempre acreditei que connosco seria diferente, que o nosso amor podia quebrar as barreiras do aqui e do agora, da vida e da morte. E estava certa.. Algo dentro de mim dizia que tu, nós, éramos diferentes e que nem a morte nos poderia separar." Ele já não tentava conter as lágrimas... apenas as deixava precipitarem-se num longo suicídio até ao chão.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Encontros (Parte XVIII)


Os dias seguintes foram passados no hospital, praticamente sem comer, quase sem dormir, acalentando esperanças que toda a equipa médica, de forma muito reservada e profissional, tentava evitar. "O caso é muito grave", diziam-lhe, e era só isto... dia após dia, hora após hora, cada minuto vivido até ao mais ínfimo segundo.. Até que um dia o inevitável aconteceu. Ela foi-se... Ele controlou todo o processo de forma impressionante, quase com uma frieza cirúrgica: a família, os amigos, os conhecidos, o funeral, geriu tudo, e depois de tudo tratado... o colapso! Acabou por ser resgatado de uma morte quase certa por um amigo que, por conhecimentos na área, garantiu que seria internado na melhor instituição da cidade. E ali ficou largos meses. A vida retomou o andamento normal, o "rame-rame", mas a memória daquele fatídico final de tarde e de tudo o que ele representa esteve fechada até ao dia de hoje. No meio das lágrimas, do desespero que sentia, sentiu alguém aproximar-se para junto dele e do velho. Levantou os olhos, e lá estava ela a sorrir ternamente.

O funeral

Fui convidado para ir a um funeral este fim de semana. É sempre um dia diferente. Já estava farto de passar os dias na praia, ou num bar, ou a petiscar. É refrescante fazer um programa destes. Este funeral teve a particularidade de o morto estar em melhor forma física que as pessoas que o acompanhavam. O morto é que teve que sair do caixão e levar-se a si próprio, e ao caixão, até à vala.
Tive medo que todos os convidados falecessem, ali, naquele evento; Teríamos que utilizar a vala já aberta para os enterrar a todos, seria uma vala singular mas comum.
Era uma vala comum...ah!ah!ah!ah!, desculpem era uma piada à Ditador Africano.
A lápide seria simples:
"Aqui jazem, o Sr Manel, a D Elvira, o Sr Santos...e também o Sr Jos...esperem aí, ainda não, ainda não está, ainda respira, só um pouco...sim, está comprovado o Sr José - 01-05-1875 a 10-05-2009".
Ninguém faleceu, excepto o morto, esse faleceu mas teve sorte, assim teve uma vala só para si, sortudo, tinha o espaço todo para ele. Foi enterrado num T+1, é um quarto interior, não tinha janelas, mas sempre tinha o seu espaço. Não pode fazer grandes festas mas é acolhedor e tem privacidade.
Haviam dois grupos rivais naquele funeral, as Bengalas e as Pernas. O número de Bengalas existentes naquele funeral era superior ao número de Pernas. A uma certa altura chegaram, até, a estarem empatados...
Bengalas - 76
Pernas - 76

...mas, a certa altura, as Bengalas ganharam vantagem, quando o Sr Inácio tentou com uma das suas Pernas fazer uma finta a uma Bengala, perdeu a sua Perna, já sofria de gangrena há algum tempo. O médico já o tinha avisado:
"Sr Inácio cuidado, não volte a...Sr Inácio...Sr Inácio...alguém que traga um desfilibrador".
Nesse momento, uma Senhora Vestida de Preto, com uma Foice, entrou na sala com o desfilibrador,
"Disseram-me para lhe entregar esta máquina. Podia-me, por favor, dizer quando poderei levar este senhor?", perguntou a senhora com uma voz calma e segura, algo rouca, sexy mesmo.
"Olhe, eu acho que ainda consigo fazer algo dele, não quer começar por lhe levar a perna primeiro? Essa acho que não consigo salvar.", retorquiu o médico.
"Eu agora não tenho aqui nada com que possa carregar isso.", disse triste a Senhora de Preto...com a Foice.
"Deseja saco? São €0,02 cada.", questionou o médico.
"Deixe estar, amanhã trago aqueles sacos do Pingo Doce e começo por lhe levar a perna. Acha que o posso levar a prestações?", a Senhora de Preto, com a Foice, estava algo entusiasmada com a possibilidade.
"Claro que sim.", indicou o médido, "Ele tem gangrena, por isso todas as semanas poderá levar uma parte.".
E foi assim que as Bengalas ganharam 77 a 76, contra as Pernas. Aquando da finta, a Senhora de Preto...com a Foice, levou a perna ao Sr Inácio, deixando inferiorizada a equipa das Pernas.
Toda a assistência que torcia pela equipa das Pernas não aceitou bem a derrota, mostrando o seu desagrado com alguns actos de violência contra as Bengalas. Alguns elementos, da equipa das Pernas, ficaram com escoriações e houveram dentes partidos, pelo menos dois, dos três dentes existentes na assistência desapareceram.
Neste momento, naquela terra, apenas existe um dente. A pessoa a que pertence o dente preferiu manter o anonimato para não ser alvo de chacota pelos seus conterrâneos - o único dente da terra.
De resto tudo correu bem, não fosse essa pequena zargata, e tinha sido um dia perfeito...hummm!!!!

Despeço-me com amizade
SAF

p.s - um grande abraço Primo Arnaldo

terça-feira, 12 de maio de 2009

GINA

seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como uma prostituta.

GIN
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como uma alcoólica.

GI
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como um soldado.

G
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como um gangster.

Especialmente para o Sérgio...

... algo intemporal!

De olhos bem abertos

Jeremias era um tipo normal… um tipo normal que beijava de olhos abertos. As várias conquistas que foi tendo ao longo da vida achavam estranho, mas ele não se importava. "Porque é que não fechas os olhos quando me beijas, Jeremias?" perguntavam elas. E ele, sempre romântico, respondia "Para te poder ver dentro da alma". Jeremias não compreendia porque é que as outras pessoas fechavam os olhos quando se beijavam. Certo dia Jeremias, consumando o seu mais recente flirt, avançou intempestivo para os lábios de Júlia. Júlia era uma morena roliça, vivia duas ruas abaixo, no mesmo bairro, e desde muito jovem gostava do ar malandro de Jeremias. Mas Júlia, além de ter umas pernas de parar o trânsito e um peito que a fazia merecer os mais corantes piropos da populaça das obras, tinha também um nariz adunco, que às vezes a assemelhava a um pelicano. E foi nesse mesmo dia que Jeremias percebeu porque é que as outras pessoas fechavam os olhos quando se beijavam. O nariz enorme de Júlia, acompanhado com a intempestividade da paixão, fez os seus estragos, que só algumas semanas em S. José conseguiram recuperar, mas não totalmente. Jeremias ficou quase cego daquele olho.
Hoje as pequenas perguntam-lhe "Porque é que usas esses óculos de proteção quando me beijas, Jeremias?". Jeremias sorri e responde, sempre romântico "Para te poder ver dentro da alma", e continua a beijá-las de olhos abertos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Encontros (Parte XVII)


Como o cão do gatilho que inesperadamente atinge o cartuxo de uma bala, as memórias explodiram dentro da sua cabeça. A dor que sentiu por todo o corpo foi das mais fortes que alguma vez sentira, e o grito que soltou fez-se ouvir por todos os corredores e plataformas da estação. Foi de um desespero tão grande que todas as pessoas pararam, muitas sem saberem o porquê de, de repente, se sentirem geladas por dentro, um gelo que nem com mil casacos poderiam evitar. Chorou, chorou tanto, ali sentado, e com uma desolação tal que ninguém tinha coragem de se aproximar.
Era uma de tantas tardes iguais a tantas outras. Faziam o caminho para casa, no mesmo comboio de todos os dias, saíram na estação de sempre, e quando chegaram à rua ele parou. "Deixa-me só acender este cigarro". Ela não ouviu, e começou a atravessar. Ainda lhe gritou um "Espera por mim", depois de soprar o fumo quente que lhe enchia o peito. Ela voltou-se e sorriu, o que viria a ser o seu último sorriso.

sábado, 9 de maio de 2009

Era uma vez um suicida

que de dia trabalhava num quarto andar. Durante a noite, dobrado sobre si próprio, com a cabeça escondida nos joelhos, balançava-se num acumular de planos.
No dia marcado, levantou-se, foi trabalhar, e, quando a meio da manhã uma janela explodiu, cuspindo entre alegres estilhaços o seu corpo no agradável ar fresco da rua, surpreendeu-o ver passar por si um fato de impecável corte. Vinha de um dos pisos superiores. Talvez fosse um alto quadro e ia em lançada queda livre. A graciosidade do salto sugeria (embora isso fosse absurdo) que não era a primeira vez que o fazia. O homem voava para os títulos dos jornais. Certamente, pensou já ao passar pelo primeiro andar, não podia esperar o mesmo impacto.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encontros (Parte XVI)


De todas as coisas sem nexo que tinha ouvido nos últimos minutos esta foi a mais dura e fria de todas. Não sabia se havia de rir ou chorar, de sair dali ou ficar até esclarecer tudo. Voltou a mergulhar a cabeça na palma das mãos, na tentativa de organizar os pensamentos. "Por esta é que não esperavas, não é?' riu o velho. "Então mas o que faz ela no comboio?", "Pelo que percebi alguns de nós ficam presos nas últimas acções que fizeram enquanto vivos. Ela morreu já eu por aqui andava, este era o caminho que ela fazia todos os finais de tarde a caminho de casa, até que um dia não chegou ao final. Um condutor mais distraído não a viu atravessar... E pronto!", "Meu Deus", "Pois... Disso de Deus não sei, mas foi isso que vi acontecer". Levantou finalmente a cabeça, e pôs-se a olhar para quem passava. "Então mas porquê eu? Porque é que eu a vejo?". O velho assumiu um semblante mais sério "Não te lembras de nada, pois não?", "Lembrar-me? Do quê?" perguntou "Bom... Ela é uma mulher de encher o olho, e eu posso estar morto, mas não estou cego. Era uma das minhas entretengas de final da tarde, ficar aqui a vê-la passar. Mas ela nunca vinha sozinha...", "Não?", "Não! Tu vinhas sempre ao lado dela, e a vossa paixão cúmplice fazia inveja até aos mortos".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Encontros (Parte XV)


Sentia-se demasiado confuso. Era muita informação sem nexo a ribombar dentro da sua cabeça, e se por um lado sentia uma enorme vontade de sair dali, por outro sentia também uma grande vontade de perceber o que se estava a passar. Respirou fundo várias vezes, na tentativa de recuperar algum do seu auto-controlo, tarefa titânica quando temos alguém a falar com a nossa própria voz dentro da nossa própria cabeça. "Então se você está mesmo morto, e eu o consigo ver, e não estou, como foi que isto se passou? Como é que isto acontece?", "Pois, isso não sei. A realidade vai muito além daquilo que os nossos sentidos apreendem e do que conseguimos perceber" disse-lhe o velho. "Ok, até aceito essa coisa da metafisica e essas tretas todas, mas isto é muito mais difícil quando o vivemos", "Pois é", "Mas então, se as outras pessoas não o vêem porque você está morto, as outras pessoas também não a vêem a ela... Porque ela... Ela...". Olhou para o velho de olhos muito abertos, "Sim", respondeu o velho, "Ela também não faz parte do teu mundo".

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ah, que reentrada do caraças!


Depois de longa ausência, o meu primeiro post teve logo sete(!) comentários. Seria justo afirmar, na sua globalidade, que é um dos melhores posts dos últimos meses? Sim, na sua globalidade, seria justo afirmar isso.


E a receita foi realmente muito simples: ligeira exposição da vida privada; maltratar um dos melhores amigos.


Assim, de maneira a assegurar já metade do êxito deste, quero dizer o Nuno Castro é filhadaputa.


Naturalmente, isto com o China banaliza-se; e com o Grande, se queremos manter a nossa saúdinha (da boa), é melhor jamais ofender. O que significa que o Nuno Castro fechou o ciclo. Acabo assim de esgotar o método para posts de sucesso. Deu para dois.


A buga é um problema. Discuti o assunto com a Carla para ver o que iriamos fazer e logo no início da conversa deixei bem claro que não queria ficar com ela (com a Buga). Disse-lhe, e não é mentira, que há algum tempo que me ando a preparar para, se preciso for, dá-la a "qualquer" pessoa com uma quinta (á Buga).


A verdade é que estou muito mais distante da Buga, não no sentido de brincar com ela, e fazer-lhe miminhos, etc., falo de vê-la com outros olhos, verdadeiramente, como um animal (vamos parar com as piadas...); o que me surpreendeu foi não ser tão difícil como eu esperava, e, se tiver que chegar a esse ponto para mudar as coisas, acho que consigo racionalizar isso de tal maneira que, mesmo depois de dez anos juntos, sabendo que apenas lhe restam três, ou quatro, de vida, mesmo assim, sem sofrer agonizantemente, sou capaz de atirá-la para um canil.

E não sei bem o que hei-de pensar disto...

Encontros (Parte XIV)


Ficou sem reacção. Ali, sentado, com os mesmos rios de pessoas que lhe passavam à frente, indiferentes ao sufoco que estava a sentir. "Como assim?", acabou por conseguir perguntar, alguns, muitos, segundos depois. "Como assim o quê?", devolveu-lhe o velho, "Morreu? Mas como é que morreu se está aqui?", "Bom, como seria fácil se isto fosse assim tão simples, se fosse tudo branco e preto. O problema é que há o cinzento, que é onde eu estou", "O cinzento?", "Sim, o cinzento. O azul claro, o verde escuro, o meio-tom, sei lá... O que lhe quiseres chamar.", "Ok... Vamos supor que isso faz sentido, o que está a fazer aqui?", "Pois, isso não sei... Apenas estou aqui. E nisso, meu amigo, não somos assim tão diferentes, certo? Ou por acaso sabes dizer-me o que fazes aqui? Qual é o teu propósito na vida?". Olhou para o velho friamente, sem dizer nada. "Pois, não sabes, não é? Não sabes o teu propósito na vida, e eu não sei o meu na morte. É a mesma coisa!"