
Os dias seguintes foram passados no hospital, praticamente sem comer, quase sem dormir, acalentando esperanças que toda a equipa médica, de forma muito reservada e profissional, tentava evitar. "O caso é muito grave", diziam-lhe, e era só isto... dia após dia, hora após hora, cada minuto vivido até ao mais ínfimo segundo.. Até que um dia o inevitável aconteceu. Ela foi-se... Ele controlou todo o processo de forma impressionante, quase com uma frieza cirúrgica: a família, os amigos, os conhecidos, o funeral, geriu tudo, e depois de tudo tratado... o colapso! Acabou por ser resgatado de uma morte quase certa por um amigo que, por conhecimentos na área, garantiu que seria internado na melhor instituição da cidade. E ali ficou largos meses. A vida retomou o andamento normal, o "rame-rame", mas a memória daquele fatídico final de tarde e de tudo o que ele representa esteve fechada até ao dia de hoje. No meio das lágrimas, do desespero que sentia, sentiu alguém aproximar-se para junto dele e do velho. Levantou os olhos, e lá estava ela a sorrir ternamente.
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