terça-feira, 26 de maio de 2009

Banhada


Bruno


Tenho andado um bocado sem coragem para te ligar, lol :-) Depois daquele combinanço todo, a troca de mails, o discount ticket, o jantar na terça-feira, vou eu, e, sem dizer absolutamente nada, dou-te uma daquelas banhadas à antiga!...


Desculpa!! Vou explicar tudo: quando chegámos a Amsterdão já tinhamos os jantares préviamente definidos, sendo o de terça-feira em Utrecht, só que na segunda-feira começou a falar-se em ir de fugida a Londres, porque na quarta-feira de regresso iamos estar 6 horas em trânsito no aeroporto de Luton, e como todos tinhamos o dinheiro mais ou menos contado, e era preciso pagar o easybus até Londres, e beber uma pint (o que até acabámos por nem fazer), decidimos sacrificar esse jantar e acabámos por fazê-lo em casa. Acontece que eu fui adiando o telefonema e depois fumei erva e depois acabei por não ligar. No outro dia estava envergonhado por não te ter avisado e fumei mais erva. Agora a erva já acabou e já não aguento mais não te dizer nada.


Outra explicação possível, é tê-lo feito de propósito para fortalecer ainda mais a nossa amizade! Pois que outro amigo alguma vez te deu uma banhada internacional? :-)


bjs!!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Defesas Centrais


----Mozer----- Ricardo --- H. Coelho -- Gamarra

Vamos escolher a dupla.
Roque para ti pode ser o Paredão e o King, certo?

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Os meus sonhos

Não te conto os meus sonhos
quero apenas que os sintas
que os oiças com os teus sentidos
que sejam palavras para os teus ouvidos
que os retrates com a tua voz
que os cantes a sós

Os meus sonhos
são quentes e medonhos
são lutas que são travadas
com palavras e com espadas
são guerras combatidas
com forças desmedidas

Os meus sonhos
são os teus
são os nossos sóis
e nossos céus
é o teu corpo
são os teus véus
que te tapam
que te desnudam
que me deixam louco
por ti...meu amor
por ti.

Os meus sonhos
são os teus seios nos meus
são os meus olhos nos teus
são as tuas mãos nas minhas
são as tuas feridas
e delas...
fiz as minhas

Dos meus sonhos
eu me esqueço
me perco sem nunca me encontrar
no meu corpo tatuo o mapa
com o teu nome
para nele me recordar
tatuo as tuas palavras
para nelas mergulhar
tatuo o teu sorriso
para nele me encontrar
Oh...minha mulher
Nos meus sonhos tu vais ficar.

Despeço-me com amizade
SAF

terça-feira, 19 de maio de 2009

Encontros (Última Parte)


"Quero estar contigo... quero poder tocar-te, beijar-te, ouvir-te" disse num dos intervalos que o choro permitia. "Vou para junto de ti!", completou, decidido. "Não! Isso não! Não temos garantia nenhuma que nos vamos encontrar... as coisas não são assim tão simples" , "São sim... tu conseguiste chegar até mim... agora sou eu que vou ter contigo!!". E num gesto brusco e violento, arrancou decidido direito à linha na qual passava um comboio sem paragem programada naquela estação. Sentia todos os sentidos em alerta, na tentativa vã de impedir tamanha loucura, mas não queria saber. A confiança que sentia que aquele era o momento certo, o gesto certo, a única atitude certa a tomar, enchia-o de segurança, e sem abrandar, sem sentir o mínimo dos remorsos, lançou-se para a frente do comboio que circulava na estação e as últimas lembranças que guardou do mundo que agora deixava foram os gritos de pânico de algumas pessoas que antecipavam o que se iria passar... e o sorriso do velho, no outro lado da linha, como que à espera para o receber no novo mundo que para ele agora se abria.


Hoje, em alguns finais de tarde, ainda há quem diga que um casal se passeia naquela linha, sem destino certo, apenas com a certeza da companhia um do outro... para sempre!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Encontros (Parte XIX)


Levantou-se, na tentativa de se recompor de tudo aquilo que lhe estava a acontecer. Olhou bem fundo dos olhos dela: "Porque é que não me disseste? Porque é que não me fizeste lembrar?" perguntou-lhe, no meio de mais um aperto de lágrimas. "Percebi que não me reconhecias desde o primeiro dia que resolvi voltar ao nosso antigo final de tarde" respondeu ela, "A tua voz... a tua voz é a minha", disse ele "Pois, eu sei... mas é a única forma que tenho de falar contigo", "Tenho saudades da tua voz, do teu toque, de ti... de nós. Tantas...", "Eu também" respondeu ela, mantendo a mesma ternura no olhar. "Queria abraçar-te.. tanto, beijar-te até me doerem os lábios", continuou "Mas não pertencemos ao mesmo lugar. Tive muito medo enquanto decidia se voltava a ver-te, até porque todos me diziam que tu não me podias ver... mas eu não queria saber! Sempre acreditei que connosco seria diferente, que o nosso amor podia quebrar as barreiras do aqui e do agora, da vida e da morte. E estava certa.. Algo dentro de mim dizia que tu, nós, éramos diferentes e que nem a morte nos poderia separar." Ele já não tentava conter as lágrimas... apenas as deixava precipitarem-se num longo suicídio até ao chão.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Encontros (Parte XVIII)


Os dias seguintes foram passados no hospital, praticamente sem comer, quase sem dormir, acalentando esperanças que toda a equipa médica, de forma muito reservada e profissional, tentava evitar. "O caso é muito grave", diziam-lhe, e era só isto... dia após dia, hora após hora, cada minuto vivido até ao mais ínfimo segundo.. Até que um dia o inevitável aconteceu. Ela foi-se... Ele controlou todo o processo de forma impressionante, quase com uma frieza cirúrgica: a família, os amigos, os conhecidos, o funeral, geriu tudo, e depois de tudo tratado... o colapso! Acabou por ser resgatado de uma morte quase certa por um amigo que, por conhecimentos na área, garantiu que seria internado na melhor instituição da cidade. E ali ficou largos meses. A vida retomou o andamento normal, o "rame-rame", mas a memória daquele fatídico final de tarde e de tudo o que ele representa esteve fechada até ao dia de hoje. No meio das lágrimas, do desespero que sentia, sentiu alguém aproximar-se para junto dele e do velho. Levantou os olhos, e lá estava ela a sorrir ternamente.

O funeral

Fui convidado para ir a um funeral este fim de semana. É sempre um dia diferente. Já estava farto de passar os dias na praia, ou num bar, ou a petiscar. É refrescante fazer um programa destes. Este funeral teve a particularidade de o morto estar em melhor forma física que as pessoas que o acompanhavam. O morto é que teve que sair do caixão e levar-se a si próprio, e ao caixão, até à vala.
Tive medo que todos os convidados falecessem, ali, naquele evento; Teríamos que utilizar a vala já aberta para os enterrar a todos, seria uma vala singular mas comum.
Era uma vala comum...ah!ah!ah!ah!, desculpem era uma piada à Ditador Africano.
A lápide seria simples:
"Aqui jazem, o Sr Manel, a D Elvira, o Sr Santos...e também o Sr Jos...esperem aí, ainda não, ainda não está, ainda respira, só um pouco...sim, está comprovado o Sr José - 01-05-1875 a 10-05-2009".
Ninguém faleceu, excepto o morto, esse faleceu mas teve sorte, assim teve uma vala só para si, sortudo, tinha o espaço todo para ele. Foi enterrado num T+1, é um quarto interior, não tinha janelas, mas sempre tinha o seu espaço. Não pode fazer grandes festas mas é acolhedor e tem privacidade.
Haviam dois grupos rivais naquele funeral, as Bengalas e as Pernas. O número de Bengalas existentes naquele funeral era superior ao número de Pernas. A uma certa altura chegaram, até, a estarem empatados...
Bengalas - 76
Pernas - 76

...mas, a certa altura, as Bengalas ganharam vantagem, quando o Sr Inácio tentou com uma das suas Pernas fazer uma finta a uma Bengala, perdeu a sua Perna, já sofria de gangrena há algum tempo. O médico já o tinha avisado:
"Sr Inácio cuidado, não volte a...Sr Inácio...Sr Inácio...alguém que traga um desfilibrador".
Nesse momento, uma Senhora Vestida de Preto, com uma Foice, entrou na sala com o desfilibrador,
"Disseram-me para lhe entregar esta máquina. Podia-me, por favor, dizer quando poderei levar este senhor?", perguntou a senhora com uma voz calma e segura, algo rouca, sexy mesmo.
"Olhe, eu acho que ainda consigo fazer algo dele, não quer começar por lhe levar a perna primeiro? Essa acho que não consigo salvar.", retorquiu o médico.
"Eu agora não tenho aqui nada com que possa carregar isso.", disse triste a Senhora de Preto...com a Foice.
"Deseja saco? São €0,02 cada.", questionou o médico.
"Deixe estar, amanhã trago aqueles sacos do Pingo Doce e começo por lhe levar a perna. Acha que o posso levar a prestações?", a Senhora de Preto, com a Foice, estava algo entusiasmada com a possibilidade.
"Claro que sim.", indicou o médido, "Ele tem gangrena, por isso todas as semanas poderá levar uma parte.".
E foi assim que as Bengalas ganharam 77 a 76, contra as Pernas. Aquando da finta, a Senhora de Preto...com a Foice, levou a perna ao Sr Inácio, deixando inferiorizada a equipa das Pernas.
Toda a assistência que torcia pela equipa das Pernas não aceitou bem a derrota, mostrando o seu desagrado com alguns actos de violência contra as Bengalas. Alguns elementos, da equipa das Pernas, ficaram com escoriações e houveram dentes partidos, pelo menos dois, dos três dentes existentes na assistência desapareceram.
Neste momento, naquela terra, apenas existe um dente. A pessoa a que pertence o dente preferiu manter o anonimato para não ser alvo de chacota pelos seus conterrâneos - o único dente da terra.
De resto tudo correu bem, não fosse essa pequena zargata, e tinha sido um dia perfeito...hummm!!!!

Despeço-me com amizade
SAF

p.s - um grande abraço Primo Arnaldo

terça-feira, 12 de maio de 2009

GINA

seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como uma prostituta.

GIN
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como uma alcoólica.

GI
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como um soldado.

G
seria uma mulher feliz, não fosse os homens verem-na como um gangster.

Especialmente para o Sérgio...

... algo intemporal!

De olhos bem abertos

Jeremias era um tipo normal… um tipo normal que beijava de olhos abertos. As várias conquistas que foi tendo ao longo da vida achavam estranho, mas ele não se importava. "Porque é que não fechas os olhos quando me beijas, Jeremias?" perguntavam elas. E ele, sempre romântico, respondia "Para te poder ver dentro da alma". Jeremias não compreendia porque é que as outras pessoas fechavam os olhos quando se beijavam. Certo dia Jeremias, consumando o seu mais recente flirt, avançou intempestivo para os lábios de Júlia. Júlia era uma morena roliça, vivia duas ruas abaixo, no mesmo bairro, e desde muito jovem gostava do ar malandro de Jeremias. Mas Júlia, além de ter umas pernas de parar o trânsito e um peito que a fazia merecer os mais corantes piropos da populaça das obras, tinha também um nariz adunco, que às vezes a assemelhava a um pelicano. E foi nesse mesmo dia que Jeremias percebeu porque é que as outras pessoas fechavam os olhos quando se beijavam. O nariz enorme de Júlia, acompanhado com a intempestividade da paixão, fez os seus estragos, que só algumas semanas em S. José conseguiram recuperar, mas não totalmente. Jeremias ficou quase cego daquele olho.
Hoje as pequenas perguntam-lhe "Porque é que usas esses óculos de proteção quando me beijas, Jeremias?". Jeremias sorri e responde, sempre romântico "Para te poder ver dentro da alma", e continua a beijá-las de olhos abertos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Encontros (Parte XVII)


Como o cão do gatilho que inesperadamente atinge o cartuxo de uma bala, as memórias explodiram dentro da sua cabeça. A dor que sentiu por todo o corpo foi das mais fortes que alguma vez sentira, e o grito que soltou fez-se ouvir por todos os corredores e plataformas da estação. Foi de um desespero tão grande que todas as pessoas pararam, muitas sem saberem o porquê de, de repente, se sentirem geladas por dentro, um gelo que nem com mil casacos poderiam evitar. Chorou, chorou tanto, ali sentado, e com uma desolação tal que ninguém tinha coragem de se aproximar.
Era uma de tantas tardes iguais a tantas outras. Faziam o caminho para casa, no mesmo comboio de todos os dias, saíram na estação de sempre, e quando chegaram à rua ele parou. "Deixa-me só acender este cigarro". Ela não ouviu, e começou a atravessar. Ainda lhe gritou um "Espera por mim", depois de soprar o fumo quente que lhe enchia o peito. Ela voltou-se e sorriu, o que viria a ser o seu último sorriso.

sábado, 9 de maio de 2009

Era uma vez um suicida

que de dia trabalhava num quarto andar. Durante a noite, dobrado sobre si próprio, com a cabeça escondida nos joelhos, balançava-se num acumular de planos.
No dia marcado, levantou-se, foi trabalhar, e, quando a meio da manhã uma janela explodiu, cuspindo entre alegres estilhaços o seu corpo no agradável ar fresco da rua, surpreendeu-o ver passar por si um fato de impecável corte. Vinha de um dos pisos superiores. Talvez fosse um alto quadro e ia em lançada queda livre. A graciosidade do salto sugeria (embora isso fosse absurdo) que não era a primeira vez que o fazia. O homem voava para os títulos dos jornais. Certamente, pensou já ao passar pelo primeiro andar, não podia esperar o mesmo impacto.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Encontros (Parte XVI)


De todas as coisas sem nexo que tinha ouvido nos últimos minutos esta foi a mais dura e fria de todas. Não sabia se havia de rir ou chorar, de sair dali ou ficar até esclarecer tudo. Voltou a mergulhar a cabeça na palma das mãos, na tentativa de organizar os pensamentos. "Por esta é que não esperavas, não é?' riu o velho. "Então mas o que faz ela no comboio?", "Pelo que percebi alguns de nós ficam presos nas últimas acções que fizeram enquanto vivos. Ela morreu já eu por aqui andava, este era o caminho que ela fazia todos os finais de tarde a caminho de casa, até que um dia não chegou ao final. Um condutor mais distraído não a viu atravessar... E pronto!", "Meu Deus", "Pois... Disso de Deus não sei, mas foi isso que vi acontecer". Levantou finalmente a cabeça, e pôs-se a olhar para quem passava. "Então mas porquê eu? Porque é que eu a vejo?". O velho assumiu um semblante mais sério "Não te lembras de nada, pois não?", "Lembrar-me? Do quê?" perguntou "Bom... Ela é uma mulher de encher o olho, e eu posso estar morto, mas não estou cego. Era uma das minhas entretengas de final da tarde, ficar aqui a vê-la passar. Mas ela nunca vinha sozinha...", "Não?", "Não! Tu vinhas sempre ao lado dela, e a vossa paixão cúmplice fazia inveja até aos mortos".

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Encontros (Parte XV)


Sentia-se demasiado confuso. Era muita informação sem nexo a ribombar dentro da sua cabeça, e se por um lado sentia uma enorme vontade de sair dali, por outro sentia também uma grande vontade de perceber o que se estava a passar. Respirou fundo várias vezes, na tentativa de recuperar algum do seu auto-controlo, tarefa titânica quando temos alguém a falar com a nossa própria voz dentro da nossa própria cabeça. "Então se você está mesmo morto, e eu o consigo ver, e não estou, como foi que isto se passou? Como é que isto acontece?", "Pois, isso não sei. A realidade vai muito além daquilo que os nossos sentidos apreendem e do que conseguimos perceber" disse-lhe o velho. "Ok, até aceito essa coisa da metafisica e essas tretas todas, mas isto é muito mais difícil quando o vivemos", "Pois é", "Mas então, se as outras pessoas não o vêem porque você está morto, as outras pessoas também não a vêem a ela... Porque ela... Ela...". Olhou para o velho de olhos muito abertos, "Sim", respondeu o velho, "Ela também não faz parte do teu mundo".

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ah, que reentrada do caraças!


Depois de longa ausência, o meu primeiro post teve logo sete(!) comentários. Seria justo afirmar, na sua globalidade, que é um dos melhores posts dos últimos meses? Sim, na sua globalidade, seria justo afirmar isso.


E a receita foi realmente muito simples: ligeira exposição da vida privada; maltratar um dos melhores amigos.


Assim, de maneira a assegurar já metade do êxito deste, quero dizer o Nuno Castro é filhadaputa.


Naturalmente, isto com o China banaliza-se; e com o Grande, se queremos manter a nossa saúdinha (da boa), é melhor jamais ofender. O que significa que o Nuno Castro fechou o ciclo. Acabo assim de esgotar o método para posts de sucesso. Deu para dois.


A buga é um problema. Discuti o assunto com a Carla para ver o que iriamos fazer e logo no início da conversa deixei bem claro que não queria ficar com ela (com a Buga). Disse-lhe, e não é mentira, que há algum tempo que me ando a preparar para, se preciso for, dá-la a "qualquer" pessoa com uma quinta (á Buga).


A verdade é que estou muito mais distante da Buga, não no sentido de brincar com ela, e fazer-lhe miminhos, etc., falo de vê-la com outros olhos, verdadeiramente, como um animal (vamos parar com as piadas...); o que me surpreendeu foi não ser tão difícil como eu esperava, e, se tiver que chegar a esse ponto para mudar as coisas, acho que consigo racionalizar isso de tal maneira que, mesmo depois de dez anos juntos, sabendo que apenas lhe restam três, ou quatro, de vida, mesmo assim, sem sofrer agonizantemente, sou capaz de atirá-la para um canil.

E não sei bem o que hei-de pensar disto...

Encontros (Parte XIV)


Ficou sem reacção. Ali, sentado, com os mesmos rios de pessoas que lhe passavam à frente, indiferentes ao sufoco que estava a sentir. "Como assim?", acabou por conseguir perguntar, alguns, muitos, segundos depois. "Como assim o quê?", devolveu-lhe o velho, "Morreu? Mas como é que morreu se está aqui?", "Bom, como seria fácil se isto fosse assim tão simples, se fosse tudo branco e preto. O problema é que há o cinzento, que é onde eu estou", "O cinzento?", "Sim, o cinzento. O azul claro, o verde escuro, o meio-tom, sei lá... O que lhe quiseres chamar.", "Ok... Vamos supor que isso faz sentido, o que está a fazer aqui?", "Pois, isso não sei... Apenas estou aqui. E nisso, meu amigo, não somos assim tão diferentes, certo? Ou por acaso sabes dizer-me o que fazes aqui? Qual é o teu propósito na vida?". Olhou para o velho friamente, sem dizer nada. "Pois, não sabes, não é? Não sabes o teu propósito na vida, e eu não sei o meu na morte. É a mesma coisa!"

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Existe uma coisa


nesta inútil troca de insultos, que a Carla disse, e na qual eu fiquei a pensar:

(não me lembro das palavras exactas)

"és um egoísta de merda; só te interessas contigo próprio; até os teus amigos, que tu chamas amigos, mas qual é a tua relação com os teus amigos?, o que é que tu fazes por isso?, o que é que tu te interessas?, sabes por acaso os problemas deles?, alguém vem falar contigo sobre alguma coisa?, ou só lhes ligas quando precisas?, e achas que eles não reparam nisso?, mas claro, como és "o Roque", as pessoas têm pena de te dizer alguma coisa..."