terça-feira, 17 de março de 2009

Só...


O reconfortante sentimento de ter chegado ao destino era suficiente para esquecer grande parte do cansaço que sentia. Desmontei, e afaguei a crina do meu companheiro de caminhadas. O suor quente desenhava pequenas nuvens de vapor em volta do seu corpo castanho, que subiam para dançar no frio da noite. "És um bom amigo" disse-lhe, enquanto prendia a rédea à porta do saloon. Tinha a profunda convicção que ele me compreendia, até pela forma como olhava para mim, antes de mergulhar o focinho no tanque de água à sua frente. O silêncio amplificava os meus passos, e o tilintar das esporas preenchia a sala vazia à minha frente. O chão acumulava pó e terra, e os espelhos atrás do bar reflectiam o escuro timidamente iluminado pela lua que teimava em espreitar por entre as nuvens da noite. Onde é que estaria toda a gente?, pensei. Porque é que há quase um mês ninguém fazia a merda de um post?... um postzito, pequeno... uma letra... uma imagem... até podia ser roubada do google... não fazia mal... Mas nada! Niguém! Apenas eu... apenas eu naquela sala fria, outrora tão cheia de sons e imagens. Tão cheia de pensamentos, conversas, gargalhadas, promessas... Agora era apenas o vazio. E eu...

1 comentário: