quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

A porta

De qualquer forma não se importou. O andar podia ser o errado,  mas o propósito não o era. Isso era uma certeza! E da certeza nasceu a coragem de bater à porta. Primeiro um toque timido, depois mais afoito, quase magoando os nós dos dedos (como se fosse possível dar nós com os dedos... a não ser que fossem suficientemente compridos).

Noc Noc, devolveu a madeira já velha da porta. Nada! Silêncio, e mais nada! Poucos instantes bastaram para que ao barulho do arrastamento da tranca (das várias trancas?) se seguisse o quase-guinchar das dobradiças da porta a abrir. Nheeeeeeeeec!

No escuro conseguiu ver uma forma vaga, sombria, que inquiriu:

- É esse o meu manto?


4 comentários:

  1. Mas qual era o propósito? E o quase-guinchar das dobradiças "Nheeeec!", seria "Nhééééc!" se as dobradiças guinchassem?... Não é que não gostasse de resposta a estas perguntas, mas o que realmente me assalta e tortura constantemente é PORQUÊ, MEU DEUS!, PORQUÊ TOCAR À PORTA SE AINDA AGORA TOCARA À CAMPAINHA!!...

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    1. Ele não toucou uma 2ª vez à porta... 1º tocou à campainha, e depois BATEU à porta!

      Faz toda a diferença, certo?

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  2. Sim, toda a diferença, porque novamente isso é revelador de ansiedade, e assim, o próximo gesto perfeito para o personagem, totalmente coerente com a história, embora tal levante outra pergunta muito mais perturbante: PORQUÊ, MEU DEUS!, NÃO VI LOGO QUE FARIA TODA A DIFERENÇA!!...

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