domingo, 12 de fevereiro de 2012

Circuito - versão com menos nus, e mais negra, é verdade, mas revista e melhorada


Mais um ano, mais uma volta completa, mais uma passagem pela casa da partida. Percorrem-se os meses como num jogo de tabuleiro, como se fossem casas individuais, casas vazias, nuas, blocos à espera de vida e de tempo e de cor. Pode ser um circuito redondo, ou com ângulos, mas é sempre à volta. Um percurso de 12 meses pelas redondezas revela quarteirões de cores próprias, como é natural nas estações do ano. O tempo passa. Mais uma volta, mais uma passagem pela casa da partida.

O que mudou nesta versão?

Em 1º lugar, desenhei o calendário do ano da forma que sempre o imaginei - não com estas cores, claro, mas com cores, só que na altura não tinha canetas de cor à mão -, desenhei-o como o vejo na minha cabeça, vou dar um exemplo: dia 22 de Julho, o dia dos meus anos, se quiser localizá-lo mentalmente no espaço, imagino-o no canto inferior direito do desenho, talvez na 1ª ou 2ª casa na vertical, curiosamente no quarteirão que corresponde à primavera, embora eu faça anos no verão, é engraçado que só agora reparei nisto...

Em 2º lugar desviei o focus da liberdade e do nú (não existe agora uma única referência à liberdade, e existe uma única à nudez), e recoloquei-o no tempo. E falar da liberdade e da nudez, é, por simples associação de ideias, diferente de falar, também por simples associação de ideias, do tempo.

liberdade/nudez/alegria
tempo/nostalgia  

Daqui resulta o tom, ligeiramente mais escuro. Uma perspectiva é mais inocente (mais infantil, como lhe chamou o Bruno), como é bom correr nu pela natureza, que felicidade é estar vivo!; a outra é mais racional e ao mesmo tempo mais abstracta: como vejo o meu tempo no calendário?

Esta explicação foi útil?

7 comentários:

  1. Mas no esquema vejo 23 casas.... O que quererá isso dizer? Não correspondem aos meses do ano.. nem dá duas casas por cada mês... O que quererá dizer?

    POR DEUS, O QUE QUERERÁ DIZER????

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  2. Sim, tens razão, inconscientemente desenhei uma distorção temporal, coisa que não sabia ser capaz de fazer... que pena não ter reparado mais cedo para introduzir o tema no texto...

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  3. Sim, obrigado!

    A questão que neste momento me assola é veres o princípio do ano como o lado mais escuro do calendário. Os dias, semanas e meses que deviam representar esperança, construção, optimismo, são os mais escuros. E os da segunda metade são mais claros, mais leves.

    Isso..., ou então os primeiros são mais fortes, mais carregados de emoções e os segundos mais vazios... mais gastos, sendo o último sector quase que uma sombra do primeiro.

    E disto nasce nova dúvida... PORQUÊ, POR DEUS, PORQUE DIVIDISTE TU O ANO AO MEIO DO PONTO DE VISTA DO TOM???

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  4. Compreendo. Naturalmente, devo explicar isso. O desenho do calendário é feito em função das estações, como em Janeiro é Inverno optei por um tom mais escuro, repara que à medida que o tempo avança os blocos aclaram. O único problema é de facto no Outono. A matemática do degradê levou-me a melhor, vejo isso agora.

    Talvez um tom mais aproximado à primavera, talvez ligeiramente mais escuro, não te parece? Até por uma questão de coerência.

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  5. Mas Dezembro também é inverno... Pelo menos 9 dias de Dezembro são inverno!!!

    Onde é que está a coerência então? Onde? Porque é que é Dezembro é tão claro? PORQUÊ, POR DEUS??? PORQUÊ????

    Hoje já não vou dormir a pensar nisto!

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  6. Já respondi a isso, trata-se de uma distorção temporal que desconhecia ser capaz de desenhar.

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