terça-feira, 31 de março de 2009

Encontros (Parte XIII)


Por breves instantes o medo quase o fez baixar-se até ao chão, e foi precisa nova dose de coragem para não gritar. "Vá, não precisas de ter medo", voltou a voz dentro da sua cabeçaa. A sua própria voz... Dentro da sua própria cabeça, mas controlada por outro alguém... "Como é que...", pensou, "Calma" devolveu o velho, "É preciso que tenhas calma, e não faças figuras, para não julgarem que deste em maluco", "E não dei? Se não dei o que raio se está a passar?" perguntou, enquanto se sentava na tentativa de recuperar de algum do desnorte que o afectava. "Não sei muito bem... Só sei que tu nos vês, ou pelo menos a alguns de nós", "Alguns de vós? Vós quem?" perguntou, meio perdido entre falas e pensamentos. O velho olhou para ele com um olhar cúmplice, como que a perceber a confusão que lhe ia na cabeça. "Tu vês alguns de nós, mas já percebi que não nos vês a todos" prosseguiu o velho. "Mas vocês quem?", disse quase a gritar, "Olha, isto é assim, o resto das pessoas não me vê, portanto, o estares para aí aos gritos só vai fazer com que te internem, ok?" respondeu o velho no pensamento mais calmo que ele tinha ouvido durante aquele dia. "Ok... Então se eu pensar você ouve-me...?" perguntou, com a cabeça entre as mãos, debruçado sobre si próprio no banco da estação", "Sim, ouço, não sei como, mas ouço. Assim como não consigo perceber como é que tu nos vês", "Mas porque é que não havia de ver?!?!" disse, virando-se para o velho "Se você está aqui sentado ao meu lado...", "Bom... é que já faz algum tempo que eu morri...."

Cum catano! Isto é d'homem!!!

Minuto 62 do jogo entre o Rapid Bucareste e o Otelul Galati. Costin Lazat foge pela esquerda e é aparentemente parado em falta por um defesa contrário. O árbitro assinala de pronto o castigo máximo mas Lazat recusa a benesse e assume não ter sido derrubado....
(in Maisfutebol)

A vida resumida em quatro garrafas...




... e já vamos na terceira....

sábado, 28 de março de 2009

Novos poemas - Retratação













Por motivos que não são culpa minha

sou apenas uma pessoa

e sucumbo

como nunca sucumbi

à desgraça e ao infortúnio

enquanto me masturbo

em sites virulentos

à frente do écran de um computador.


Que tal?... Estou a tentar lançar isto... Chamo-lhe "novos poemas", não é preciso rimar, qualquer um pode fazê-los, é muito simples: bastam parágrafos. Neste caso, tentei embelezar um pouco a frase, substituindo "vítima" por "pessoa que sucumbe à desgraça e ao infortúnio", são mais letras e faz diferença, mas de resto, apenas descrevo um simples momento.

Na verdade, retrata de forma perfeita a forma como lidei com a EDP. Vou contar-vos tudo! Mas vou dividindo, como o Bruno, não dá para contar tudo de uma vez, além de que agora tenho de ir ali... vocês sabem do que é que eu estou a falar...

quarta-feira, 25 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Encontros (Parte XII)


Nos dias que se seguiram não conseguiu sair de casa. Tinha ficado demasiado assustado, sentimento que se agravava quando tentava perceber o que tinha acontecido, ou o que quer que tivesse acontecido. Passado pouco menos de uma semana resolveu que ela era mais importante que o medo que pudesse vir a sentir, e enchendo-se de coragem voltou a apanhar o mesmo comboio, e não precisou de esperar muito para a ver. Daquela vez ele não entrou na mesma carruagem, mas sim na imediatamente anterior, e dessa forma podia vê-la sem ela o ver a ele, enquanto perdia o seu olhar na paisagem já escura do final do dia.
Na estação de todos os dias, ela saiu, e ele precipitou-se atrás dela. A plataforma estava cheia de pessoas àquela hora do dia. Estava demasiado afastado dela, e o medo de a perder fê-lo acelerar o passo, vendo-se obrigado a furar a muralha humana que, involuntariamente, o tentava atrasar. Acabou por ser bem sucedido a troco de algumas reclamações, e estava a poucos metros quando ela mudou de direcção e começou a subir a escada, a mesma que havia subido há dias, quando ele a tinha visto pela última vez. Não hesitou e galgando vários degraus de cada vez, conseguiu chegar ao topo da escada quase a conseguir tocar-lhe. Ao preparar-se para lhe falar ouviu algo que o fez estacar. "Olha, quem é ele... Por aqui novamente?". Virou a cara e lá estava o velho, sorrindo com os poucos dentes que tinha.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Encontros (Parte XI)


Endireitou-se rapidamente no banco... "O que é que está para a aí a dizer?" devolveu já mais assustado, no limite das forças para não começar a correr pela plataforma em direcção à rua. "Isso mesmo que tu ouviste, porra! Parece que estás surdo!". Como é que era possível? Como é que podia ouvir a voz de alguém que não falava? Estava a enlouquecer! Todos aqueles anos de solidão e dedicação quase exclusiva ao trabalho tinham ajudado a queimar uns quantos fusíveis, e o resultado estava à vista. "Dei em maluco!" pensou. "Não deste nada" voltou a voz tão familiar. Demorou mais uns instantes a perceber que a voz que ouvia era a sua, mas sem conseguir entender como, as palavras não estavam a ser ditadas por si. Era como se não controlasse parte dos seus próprios pensamentos, e lhe fossem chegando palavras com a sua própria voz mas de uma origem exterior a si próprio. "Lá porque estás a ouvir vozes na tua cabeça não quer dizer que tenhas dado em maluco!!" continuou o velho.. ou a sua própria voz ditada pelo velho para dentro da sua cabeça. Estava no limite da sanidade. O susto já tinha passado a medo, medo nem sabia do quê, se de estar louco, se de estar a ouvir vozes de pessoas que não falavam, mas que eram a sua própria voz... sem esperar nem mais um segundo saltou para uma carruagem que estava a preparar-se para partir daquela plataforma, tinha que sair dali antes de colapsar... e nem olhou para trás, para o velho que, sentado no banco, sorria divertido.

quinta-feira, 19 de março de 2009

O Papa é um génio

O Papa Bento XVI, cujo o nome foi requisitado em honra ao Guarda-Redes do Benfica Manuel Galrinho Bento, sendo que, ao inicio o Papa pretendia chamar-se Galrinho, desta forma, ficaria - Papa Galrinho XVI, o XVI era o número da camisola. Este Papa é simplesmente brilhante, encontrou finalmente a cura para pôr término à propagação do HIV em África.
Quais as suas propostas?

Deixar de utilizar o preservativo, pois este não está, claramente, preparado para receber e proteger o orgão sexual masculino de um habitante africano. Os novos preservativos utilizados em África são feitos com dois tijolos, cimento e duas barras de ferro para criar a estrutura, no entanto, são constantemente perfurados, continuando a não proteger aquele pequeno matulão, denominado orgão reprodutor masculino. Este efeito, já acontecia com os preservativos antigos de borracha, estes eram invariávelmente rompidos durante a colocação, deixando, ainda, cerca de 58 cm fora da pequena cobertura de borracha.

Qual é, então, a grande sugestão do nosso Papa - Abstinência.

Ora aí está algo que é brilhante, quiçá, espectacular, senão estrondoso. O discurso do Papa passa por:

- "Caros amigos que tanto prezo. Apesar de ter feito parte das SS e de ter morto milhares de Judeus, sem querer, pois esquecia-me sempre do gás aberto e ninguém me avisava, eu gosto muito de vocês. Gosto principalmente, pelo facto de estarem a milhares de Km de distância do Vaticano e o cheiro nunca poderá chegar lá. Apesar de estar vestido com esta combinação branca, desenhada pelo Armani, com estes aneis e estes sapatos maravilhosos que custaram ao Vaticano os olhos da cara do Arcebispo dos Camarões e para o provar aqui está ele ceguinho que nem uma porta.
Só um momento, caros fieis. Oh!!!! D. Simon-Victor Tonyé Bakot, não vá por aí, olhe que ainda cai. Sacana do Arcebispo, nunca sabe onde põe os pés. Olhe que você tem que aprender a andar com aquela bengala que nós pedimos emprestado ao outro senhor cego do paquistão...ai!!!tu queres ver que o velhote ainda me cai.
Bem, continuando. Apesar de não vos trazer nada, não vos ensinar nada e de não vos dar nada, trago apenas a minha pessoa para vocês idolatrarem. Ahn!!! que me dizem, não é bom...olharem para mim...aqui...todo catita...perfumadinho.
Trago-vos apenas uma coisa. Uma palavra de esperança.

A...B...S...T...I...N...Ê...N...C...I...A - ABSTINÊNCIA.

Isto vai fazer com que o HIV não propague e, tal como eu disse, é uma palavra de esperança, porque a abstinência leva sempre à esperança de um dia vir a ter relações sexuais, mas nunca terão, senão vem o Bicho Papão e come as pilinhas dos senhores. Obviamente que o bicho papão precisará de tempo para comer as vossas pilinhas, isto depois há toda uma logística por detrás. Tem que se alugar os camiões para o transporte, um armazém com capacidade para guardar as pilinhas recolhidas, uma motoserra, daquelas das árvores, para cortar as vossas pilinhas, isto é necessário muito investimento...e ainda temos que convencer o Bicho Papão, pois ele agora, também, faz muitos casamentos, baptizados...têm que me dar tempo. Hummm!!!!! está bem? Posso contar convosco para não haver brincadeiras entre vocês, sim? Assim, em vez de se amarem podem continuar a matar-se uns aos outros. Adeus então. Até à próxima lindos fieis."

Ora aí está a receita para todos os males, a abstinência. O que é que isto vai trazer de bom, é fácil. Um gajo que não tem sexo durante dias, o que lhe acontece? Fica um pouco irritadiço e sem paciência. Agora, vamos juntar uns meses, hummm!!!! Fica-se um pouco raivoso...não é. Agora, vamos juntar uns anos, hummm!!!! Fica-se, assim...como hei-de explicar...ah!!!!!!...assim com vontade de matar, ficando um pouco mais sensível...assim...com uma ligeira vontade de pegar numa pequena catana e decepar um bracito a um amigo, a ele e à sua família, depois cortá-los às postinhas e deixá-los a apodrecer no meio da estrada...humm!!!!
Isto é, claramente, uma medida que vai tirar muita gente dos Hospitais dos Camarões com HIV. É capaz de aumentar, um pouco, o número de pessoas que deixam de respirar por lhes ter sido retirado um membro e o facto de esvaírem-se em sangue é possível que ajude a deixarem de respirar...mas isso são pormenores.

Portanto, a abstinência pode ser utilizada para curar vários males. Por exemplo:

1 - ah!!! e tal...estou um pouco gordo...

- A sugestão que eu lhe dou é deixar de comer...hummm!!! que me diz?

2. ah!!! e tal...custa-me a respirar...

- A sugestão que eu lhe dou é deixar de respirar. Vá lá!!!! Sustenha lá a respiração durante...todo o tempo. Isso, está a ver, já não doi. Agora é só remover o corpo que está aqui a empecilhar.

3. ah!!! e tal... custa-me a ver determinadas coisas, fico sensível...

- Aguente aí firme um pouco enquanto eu retiro a tampa desta BIC. Aguente...Aguente...agora é só vazar a vista...e a outra. Pronto já está...hummm!!! que tal? Ainda está sensível? Humm???

Despeço-me com amizade
SAF

quarta-feira, 18 de março de 2009

Sim, ainda estou cá

Olá, caros leitores e amigos deste Blog. Sim, estive algum tempo ausente, não por vontade própria mas porque estive fora do país. Estive na Guiné-Bissau, mais propriamente na capital Bissau, muito perto do rio Bissau, num pequeno Hotel chamado Bissau, com o meu amigo Bissau. O meu amigo Bissau é da Guiné-Bissau...

- Sim. - referiu Bissau.

...não...não estava a falar contigo meu amigo Bissau, estava apenas a indicar a tua nacionalidade...és natural da Guiné-Bissau...

- Sim. - referiu Bissau.

...mais uma vez Bissau, não entres por aí, caso contrário poderás ser sodomizado à bruta pelos Bombeiros Voluntários da Guiné-Conacri...

- Eu??? Mas porque que eu tenho que ser sodomizado pelos Bombeiros Voluntários da Guiné? - interrompe Conacri

A história é minha Conacri!!!! Posso escrever o que quiser.

Conacri morre após um violenta colisão contra um pinheiro, quando se preparava para a meia maratona no Pinhal de Leiria de olhos vendados. (apenas uma pequena explicação, não era o Pinhal de Leiria que estava de olhos vendados mas sim o Conacri). Após a morte teve um AVC...apenas para confirmar.

Conacri sobrevive inexplicavelmente e, ao levantar um barrote do chão para o espetar nas costas deste narrador, encontra Maddy.

Esta história foi totalmente corrompida por dois Africanos, desta forma teremos que a terminar para os desinstalar. Agradece-se, no entanto, a quem saiba do paradeiro dos pais da rapariga encontrada neste Blog, que lhes transmita que podem vir levantá-la aqui, basta para isso juntar três cupões de Skip lava mais branco e apresentá-los no acto de troca.

Despeço-me com amizade
SAF

Conacri e Bissau estão vivos...

terça-feira, 17 de março de 2009

Só...


O reconfortante sentimento de ter chegado ao destino era suficiente para esquecer grande parte do cansaço que sentia. Desmontei, e afaguei a crina do meu companheiro de caminhadas. O suor quente desenhava pequenas nuvens de vapor em volta do seu corpo castanho, que subiam para dançar no frio da noite. "És um bom amigo" disse-lhe, enquanto prendia a rédea à porta do saloon. Tinha a profunda convicção que ele me compreendia, até pela forma como olhava para mim, antes de mergulhar o focinho no tanque de água à sua frente. O silêncio amplificava os meus passos, e o tilintar das esporas preenchia a sala vazia à minha frente. O chão acumulava pó e terra, e os espelhos atrás do bar reflectiam o escuro timidamente iluminado pela lua que teimava em espreitar por entre as nuvens da noite. Onde é que estaria toda a gente?, pensei. Porque é que há quase um mês ninguém fazia a merda de um post?... um postzito, pequeno... uma letra... uma imagem... até podia ser roubada do google... não fazia mal... Mas nada! Niguém! Apenas eu... apenas eu naquela sala fria, outrora tão cheia de sons e imagens. Tão cheia de pensamentos, conversas, gargalhadas, promessas... Agora era apenas o vazio. E eu...

segunda-feira, 16 de março de 2009

Encontros (Parte X)


Desanimado voltou a descer as escadas, e resolveu sentar-se num dos bancos do terminal. Estava frio, ou pelo menos assim parecia pela forma como as pessoas andavam agasalhadas e encolhidas, mas naquela ansiedade a última coisa que sentia era frio. "Eles não a conseguem ver", ouviu como um sussurro dentro da sua própria cabeça. Olhou na direcção de onde lha parecia ouvir o som e quase caiu do banco em sobressalto pela figura com que se deparou. Era um velho de cabelos brancos e barbas longas mal tratadas. As roupas estavam sujas, não tanto como as suas mãos e unhas, mas estranhamente não cheirava mal... Alias, nem mal, nem bem. Era estranho, mas o velho não tinha cheiro pura e simplesmente. Um "Desculpe?" trémulo foi a única coisa que conseguiu fazer sair da boca, meio pelo susto, meio pela ansiedade do desencontro que ainda o marcava. "Nem a ela nem a mim... mas tu consegues, ao que parece". Era estranho mas a voz parecia não corresponder à figura que estava à sua frente, como se tivesse num filme dobrado. Era uma voz tão familiar... e só alguns instantes depois percebeu que o velho falava com ele mas não mexia a boca...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Este homem percebe de futebol!!!

Jorge Jesus, na antevisão do jogo PSG-Braga, para a Taça UEFA:
"Nestas eliminatórias os golos fazem a diferença"
(in maisfutebol)

Mas só nestas!!! No resto dos jogos os golos não servem para nada!!!

Oh chefe.. é 7 imperiais, faxabor!!

terça-feira, 10 de março de 2009

Playboy


A 27 de Maio chega às bancas a nova versão portuguesa da revista Playboy.

Eu acho que faz sentido... ouvi dizer que há 2 tipos em Portugal que compram a Playboy para lerem os artigos...

Encontros (Parte IX)


Na tarde seguinte não se pôde sentar perto dela. Era um dia mais movimentado que o habitual, muito por força do fim de semana que se avizinhava. De qualquer forma, tinha uma vontade irresistível de continuar a conversa (ou o monólogo) do dia anterior. Era altura de sair na estação onde ela saia, pensou. Levantou-se depois dela (e de receber o seu habitual sorriso de despedida), mas guardou alguma distância... não queria assustá-la ou fazê-la pensar que era um tarado qualquer. Ainda dentro do comboio percebeu que, já do lado de fora, ela se dirigia a uma das escadarias que conduziam à estação. Precipitou-se, escada acima, instantes depois dela, mas quando chegou à ala principal não a viu. Em desespero ainda perguntou a duas ou três pessoas se a tinham visto, mas nada. Parecia que se tinha evaporado...

Macacadas

"Chimpanzé de Zoo na Suécia ajuda a mostrar que os animais são capazes de fazer planos"
(in Publico.pt)

Na Suécia, claro! Na terra da Volvo, SAAB, Ikea, e afins! Por cá nem as pessoas, como explicam os endividamentos da esmagadora maioria das famílias portuguesas, quanto mais os macacos!

segunda-feira, 9 de março de 2009

E o Prémio Bonga vai para....

Cavaco Silva disse hoje em Braga que está "triste com a situação que o país atravessa"
(in Agencia Financeira)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Apetites e afins...


Tenho a profunda convicção que nos apaixonamos por querer... não acredito em "amores involuntários"! Claro que atracção é algo que sentimos involuntariamente, mas o caminho que vai da atracção ao enamoramento, na minha opinião, é totalmente voluntário. Desculpas tristes como "Quando dei por mim, olha.. já estava!" ou "Foi mais forte do que eu!", embora menos decepcionantes do que as terríveis "Isto não é o que tu pensas!" ou "Mas não significou nada para mim!", são de uma infantilidade atroz! Não sou fundamentalista ao ponto de dizer que não é possível amarmos várias pessoas ao mesmo tempo, mas tal só acontece de propósito! Como diz um amigo meu: "Abre o apetite onde quiseres desde que vás almoçar a casa!". É uma das minhas expressões preferidas!

O problema é quem gosta de uns acepipes ou petiscos para abrir o apetite... aí é que está o caldo entornado!!!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Encontros (Parte VIII)


No dia seguinte quase empurrou duas ou três pessoas para se precipitar para dentro da carruagem. Queria correr para junto dela, vê-la, sentir-lhe o sorriso, o calor do olhar. No meio de alguns protestos lá conseguiu furar, e garantir o lugar à frente do dela. Soltou um suspiro de alívio. "Olá" disse, ainda meio ofegante, "cá estamos outra vez". Nada. Nenhuma resposta. Apenas o olhar profundo, radiante,... e o sorriso que agora lhe iluminava os dias. "Desculpe?" perguntou a senhora sentada ao lado dela. Já de idade adiantada, com o rosto marcado por uma vida que nem sempre deve ter sido fácil, mas de quem sabia combater contra as desventuras do destino. "Não estava a falar consigo, desculpe" respondeu. "Então? Está a falar com quem?", "Oh minha senhora, desculpe, mas não não estou a falar consigo". Visivelmente aborrecida a senhora levantou-se de repente e suspirou ao afastar-se "É só malucos!!!". Não pôde deixar de sorrir, e no olhar dela, viu reflectida a cumplicidade. E lá saiu ela na estação do costume, e assim se iniciou mais uma espera pelo final do dia seguinte.