terça-feira, 19 de abril de 2011

Depois do nada...

Deixei-me estar quieto, calado, imóvel, como uma estátua, a desfrutar o silêncio à minha volta. Fechei os olhos e concentrei-me ainda mais no silêncio. Nada! Absolutamente nada!... nem um som chegava aos meus ouvidos. Nem a inevitável deslocação de ar de um ou outro movimento. Suspendi a respiração, e por momentos apenas senti e ouvi o nada. E o meu corpo fundiu-se com o vazio e eu tornei-me infinito e eterno. E foi então que te vi... a segurar na alavanca do cadafalso que eu tinha debaixo dos pés. E tu, com os olhos trémulos debaixo do capuz, puxaste a alavanca, e de repente deixei de te ver, e depois do forte esticão no pescoço, voltei ao nada, e lá me deixei-me ficar...

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