sábado, 23 de abril de 2011

Boa Páscoa!!!



Aahhh a Páscoa, a Páscoa! Essa data tão bonita!
Adoro as filhós, o bolo rei, os sonhos e as rabanadas.
Só ainda não sei do que me vou mascarar este ano...

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Antes do tempo

Anacleto foi um bebé prematuro. Com menos de 6 meses rebentou as águas de sua mãe, com pressas de vir ao mundo. E tal feito marcou para sempre a sua vida... Entrou para a escola com 3 anos, com 8 tinha a cara cheia de borbulhas da puberdade, casou-se ainda adolescente, obrigou a esposa aos 4 meses de gravidez a ir para a maternidade, casou os filhos com pouco mais de 10 anos, reformou-se aos 30 e poucos, e hoje passa os dias na casa mortuária, rodeado da família e dos amigos mais chegados, à espera do seu ponto final. Nas noites mais húmidas não é nada confortável, mas compensa largamente nas noites quentes de verão. Verão que para Anacleto começa em meados de Fevereiro, claro está!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Depois do nada...

Deixei-me estar quieto, calado, imóvel, como uma estátua, a desfrutar o silêncio à minha volta. Fechei os olhos e concentrei-me ainda mais no silêncio. Nada! Absolutamente nada!... nem um som chegava aos meus ouvidos. Nem a inevitável deslocação de ar de um ou outro movimento. Suspendi a respiração, e por momentos apenas senti e ouvi o nada. E o meu corpo fundiu-se com o vazio e eu tornei-me infinito e eterno. E foi então que te vi... a segurar na alavanca do cadafalso que eu tinha debaixo dos pés. E tu, com os olhos trémulos debaixo do capuz, puxaste a alavanca, e de repente deixei de te ver, e depois do forte esticão no pescoço, voltei ao nada, e lá me deixei-me ficar...

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Gourmet Glamour



A minha mãe fez umas quinze ou vinte panquecas, mais um molho de chocolate delicioso, e durante quinta e sexta-feira, jà depois da uma da manhã, costumava levantar-me e ir ao frigorífico para o assalto. Dispunha sempre cinco panquecas na bancada, uma colher de molho ao centro, e, com três movimentos circulares já estudados (e testados), espalhava o chocolate pela panqueca. A seguir  enrolava-a, colocava-a de lado e passava à próxima panqueca. Só trabalhava uma panqueca de cada vez. E só quando em cima do balcão estivessem cinco rolos é que os colocava, um a um, em pirâmide, num prato previamente preparado para receber uma obra de arte gourmet:

a absoluta simetria!  o luxo!  a extravagância!

Isto, na quinta e sexta-feira.

No Sábado o meu irmão veio a casa e, sem eu saber, levou as panquecas e o molho de chocolate para Lisboa. Quando à noite fui ao frigorífico cumprir o ritual para o qual fui destinado, não as encontrei em lado nenhum. Esvaziei o frigorifico metodicamente, secção a secção, todos os alimentos foram retirados e colocados em cima do balcão para uma inspecção mais pormenorizada. Fiz isto duas vezes e simplesmente recusava-me a acreditar que não estivessem ali. Depois passei ao congelador, porque é muito fácil uma pessoa enganar-se a si própria, e, depois de vinte minutos a vasculhar todos os cantos e armários da cozinha, entrei no quarto dos meus pais, já totalmente alheado da realidade, para acordar a minha mãe e perguntar-lhe sobre as panquecas.

Após ser escorraçado pelos meus pais do quarto, numa atitude manifestamente exagerada, decidi voltar à cozinha para fazer torradas. Devo ter feito um bocado de barulho, porque ao fim de quinze minutos o meu pai já entrava por ali dentro, aquilo era demais!, e eu andava a gozar com ele!, e expulsou-me da cozinha, não me deixando sequer terminar o nivelamento da segunda estrutura de torradas em que trabalhava.

Agora estou proibido de ir à cozinha depois da meia-noite.

domingo, 10 de abril de 2011

23 de Março de 2011, Parque das Nações


Duas horas antes do concerto de Roger Waters, no pavilhão Atlântico: na ânsia de chegar cedo, as pessoas começam a estacionar de qualquer maneira.

domingo, 3 de abril de 2011

http://www....


Ontem estive com o Nuno Castro, estivémos grande parte do dia juntos, intimamente, poderia dizer-se, e a dada altura, após um momento de silêncio, ele coloca-me uma mão no ombro e diz: "Roque", - mas o que quer o Nuno Castro?, está com um olhar diferente... - "Roque, dá-me aí umas idéias de nomes para o site, sem ser Guitar Parts..."

- Ah claro!, claro Nuno!, eu não estava a pensar nada, mas em português ou em inglês? A minha opinião é que deves escolher um nome em português.

Mas para que estou a dar-lhe ideias? Ele pensa sempre que estou no gozo, nunca me leva a sério, e isso demonstra bem o seu respeito por mim e pelas minhas ideias, portanto é inútil entrar neste projecto, aliás, nem percebo bem de onde vem isto, mas por aqui se vê a honestidade intelectual das pessoas.    

- Afinal, olha Nuno, eu quero é que te fodas.

- Mas Roque...

- VAI-TE  FODER, ESTÁS A OUVIR?! VAI PARA O CARALHO! VAI-TE FODER E VAI PARA O CARALHO MAIS Á MERDA DO TEU SITE E Á MERDA DO NOME PARA A MERDA DO TEU SITE!

- Mas Roque, eu preciso ouvir umas ideias diferentes, alguém com outra perspectiva, que não esteja amarrado a noções de responsabilidade, que viva à deriva sem as regras de um plano definido, alguém que não pense o futuro e improvise o presente, alguém tão singular que, nem a própria pessoa, consegue perceber bem o que lhe vai na cabeça!

Assim está bem, assim aceito... Mas viram como ele mudou logo o discurso?
A mim ninguém me engana. (quero dizer, é muito difícil...)  

Fizemos uma lista e a técnica foi escrever tudo o que nos veio à cabeça, e depois peneirar em busca de pepitas. Eu comecei pela coisa mais óbvia que me veio à cabeça e escrevi: "Bom, isto já são quase 11 horas, vou para casa masturbar-me." Pronto, uma mina de ouro logo à primeira! Mas o Nuno achou o nome grande demais, e ainda fez um reparo de que não tinha a ver com guitarras...

Por fim, lá conseguimos uma primeira versão da lista. 

Os mais óbvios
- Loja dos 5 amigos
- O sonho azul
- Loja de um sonho azul

Os mais normais
- Guitar Fest
- Casa das guitarras
- Loja das guitarras

Os militares
- Braço armado
- Guitarra armada
- Bunker das guitarras
- Carrilhões&Compª

Os Fabulosos
- A guitarra de Hamlin
- Três guitarras e um carrilhão mau
- João Pestana

Os outros
- Sem escala
- Trastes
- Loja dos trastes
- Casa dos trastes
- Caixa de ressonância
- Dó Central
- Dó dinâmico

Sem classificação
- Mete a viola ao saco

... e ainda um grupo muito especial:

XXX
- Abafa-me o instrumento
- Aperta-me os carrilhões
- Enfia-me o braço na caixa de ressonância
E então? "A loja dos 5 amigos" ou "Enfia-me o braço na caixa de ressonância", não é?
Também estou indeciso...