sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Ensaio
A cabeça do senhor Costa é um cubo de seis caras. Cada face corresponde a uma emoção simples, mas apenas quatro delas são visíveis. A face onde o pescoço entra é confusa demais e a de cima desapareceu lentamente ao longo de anos de exposição ao sol. Como não consegue voltar o pescoço o senhor Costa caminha sempre zangado. As pessoas do bairro já o conhecem e sabem que é preciso deixá-lo passar para o verem com outra cara. Muitas vezes é abordado na rua por desconhecidos que andam em seu redor incrédulos. Gosta que girem á sua volta, mas é incapaz de mostrá-lo.
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Naquela noite

Naquela noite o tempo parou
Enquanto a lua durou
Naquela noite, junto ao mar
Os sonhos pareciam nunca acabar
A areia fria, no teu corpo quente
Estranho contraste de neve ardente
E eu contei-te viagens que nunca tinha feito
E tu só querias escutá-las junto ao meu peito
Naquela noite, junto ao mar
Fizemos promessas que o tempo não vai apagar
Naquela noite o tempo parou
Enquanto a lua durou
Naquela noite...
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Oportunidade sem igual!!!

"Mineiros em greve por aumento de subsídio"
in AgenciaFinanceira (16-02-2010)
Sérgio... podes beber à vontade! No outro dia, não vão haver picaretas!!!
OVAE (2ª história paralela, parte 15)
OVAE (história paralela, parte I)

Era uma vez um pato que voava nas nuvens. Ao longe não se percebia, mas o pato tinha uma máscara de Zorro na cara. Voava dois níveis abaixo da cabeça da formação e era o conselheiro do líder para conselheiros do líder. Todos os outros patos que voavam acima dele, excepto o líder, eram conselheiros do líder. Os patos que voavam ao seu lado e os dos níveis inferiores também eram conselheiros do líder. O líder não sabia o caminho. Os conselheiros rivalizavam numa guerra suja de poder e isto prejudicava as migrações, pelo que o líder cada vez que tinha dúvidas sobre algum conselheiro, consultava-o. Isto não passou despercebido aos abutres. Seguiam a migração ao longe e conseguiam perceber a inveja crescente dos conselheiros do líder para com o conselheiro para os conselheiros do líder. Era uma morte anunciada. Só não percebiam porque razão aquele pato usava uma máscara de Zorro, talvez para ocultar que era o conselheiro para os conselheiros, mas isso não fazia qualquer sentido. (...)
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
OVAE - parte VII
Ele não sabia o que era o futebol, mas era do Benfica desde pequenino. Não percebia a razão pela qual desde a infância sonhava ir ao estádio ver o glorioso jogar, mas era uma coisa que guardava só para ele. Era o seu segredo. A sua mãe para o proteger fizera-o jurar ainda em criança: "Bico calado. Nunca digas a ninguém aquilo que és, não o reveles a ninguém, nem mesmo aos teus irmão, a mãe ama-te á mesma, mais ainda se isso for possível, mas ser do Benfica não é natural nos patos" Para que lugares seriam aqueles bilhetes? Se fossem para os camarotes estava disposto a lutar por eles. Ou melhor, a lutar por um bilhete. Não ia lutar por três bilhetes para depois ir ver o jogo sozinho. O futebol não é natural nos patos. Ele próprio receava, mesmo na eventualidade de conseguir um, não saber o que fazer com ele. (...)
O que faz uma pequena omissão

"Aquilo que mais oiço dos adeptos é: Tenha coragem e vá em frente."
By Carlos Carvalhal (in MaisFutebol 11-02-2010)
O nosso blog teve acesso na íntegra ao que os sócios e adeptos do Sporting diziam.. e afinal era:
"Diriga-se ao Espichel, tenha coragem e vá em frente."
Outra vez a escola (Parte VI)

No exacto momento em que se preparava para gritar novamente "Águias Águias Águias! Águias Águias Águias! Águias Águias Águias!", tendo em mente que o teria de fazer uma vez mais, acabou por reparar que uma das águias lhe era familiar. Era Vitória! A águia do Benfica!!!! Ah que felicidade percorreu o seu corpo! Como era bom estar próximo de uma celebridade que, quinzenalmente, levava a cabo tamanha façanha num estádio lotado de fanáticos adeptos vestidos de vermelho! E nas patas, todas traziam bilhetes para o próximo jogo! Como estava feliz!!! Ia poder, finalmente, satisfazer um dos seus desejos de meninice: Assistir a um jogo do glorioso "in loco"! (...)
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Outra vez a escola - 4ª parte

"Pato Pato Pato!", pensa ele três vezes para si próprio. "Pato Pato Pato!", "Pato Pato Pato!", repete depois duas vezes. Porque tem de ser duas repetições, mais a primeira, para dar três vezes. Agora é tudo assim, três vezes. A segurança nunca é demais. Claro que o desgaste físico e mental de uma compulsão desta envergadura é por demais evidente, mas fazer o quê? Não pode arriscar. O episódio do sino mostrou-lhe que andava a brincar com a própria vida. Neste momento está em pleno voo, ao triplo da distância que normalmente mantém do resto do grupo, quando de repente três águias vindas do sol começam a picar sobre o bando. São excelentes naquilo que fazem, o bando não consegue vê-las.
Águias Águias Águias! Águias Águias Águias! Águias Águias Águias!
Não diz isto três vezes por serem três águias, mas o facto de serem três águias é muito agradável e proporciona-lhe enorme conforto. De qualquer forma, está muito longe e os outros não conseguem ouvi-lo. Deve gritar novamente? Se o fizer será a segunda série, ou seja, isso significa que terá de haver uma terceira, é vital para a sua segurança que isso aconteça. (...)
Tudo proibido!!!

"Parlamento Europeu defende proibição do comércio internacional de atum rabilho"
10.02.2010 in PÚBLICO
Ao que o nosso blog teve acesso estão também na calha proibições de comércio internacional para o choco traveca, o robalo larilas e o linguado maricon.
Outra vez a escola (Parte IV)

Até porque isso já tinha acontecido uma vez... numa tarde fria de inverno, uma única vez em que se distraiu e levantou voo, voltou para trás, voltou a levantar voo e... deixou-se enfeitiçar pelo brilho dourado das penas do dorso da pata que voava a poucos metros da sua asa esquerda. Era sublime! Tinha o vigor de uma águia e a graciosidade de uma gaivota. Planava e sorria para ele. Lentamente o sorriso transformou-se num riso trocista, do qual só percebeu depois o motivo. E essa tomada de consciência chegou-lhe em forma de sino. Tinha acabado de chocar contra o sino da torre da igreja, e acabou esse voo de forma desamparada, despenhando-se violentamente contra o chão. Não conseguiu voar durante alguns dias... e nunca mais confiou em mulheres... ou melhor, em patas! E nunca mais voou sem descolar três vezes!!! (...)
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Mau ambiente II
Eu nem sei bem o que é que estão para aí a dizer, mas não acham que estão a ser um bocado estúpidos? Afinal o que é que estão para aí a falar? Porque é que de repente estou a receber com a artilharia pesada? É que começo lentamente a ficar preocupado, então esta agora do China foi demais!, por isso queria mesmo muito saber o que é que viram ali que eu não coloquei lá. Porque só podem estar a descontextualizar e a distorcer alguma coisa/tudo o que eu disse, mas não é possível que seja tanto, por isso eu devo ter dito alguma coisa, então digam-me concretamente o que foi porque eu não faço a miníma idéia de que merda é que vocês estão para aí a falar e já começo a ficar com macaquinhos na cabeça!
P.S - É claro que não vou apagar. Agora tenho de mostrar ao Grande/João esta confusão toda!
O suicídio
É uma sorte estar vivo. A esperança de iniciar um grande dia era grande. Levantei-me, e a vida sorriu-me logo, não com um beijo da minha linda mulher mas com um saboroso aroma a Friskies: borrego; vegetais: um rabo, energeticamente basculante e uma lambidela - Joana, a minha cadelinha.
Assim que coloquei os pés fora da cama liguei a TV, à sorte. O canal que me calhou foi a TVI. Enquanto me lavava, com pedra pomes, as peles mais envelhecidas caíam a um bom ritmo - é o peso dos trinta e tal anos. Assim que cheguei ao quarto, o que pensava ser uma cópia do quadro: Guernica: logo vi que era o meu corpo no espelho. O dia começava bem. Quando, finalmente, esqueci aquela visão dantesca, começava o programa: Você na TV: o máximo de 15 dentes na audiência; 4 próteses; todos viúvos; apenas um pulmão por pessoa; 25 Kg em pedras nos rins; e cerca de 150 metros a menos de intestino: este era o inventário da assistência...ah!!! e 7 sacos, cheios.
Um dos convidados tinha sete filhos: dois transexuais; uma meretriz; um pisou uma mina em Angola, contava apenas meio filho; o outro meio tinha pisado uma mina na Nigéria; dois drogados; um em coma, depois de ter sido atropelado pelos dois meios filhos, no carro do pai - um guiava e outro tocava nos pedais, uma dupla perfeita (acabámos de receber a notícia que são apenas seis filhos...não resistiu à jante no baço). Pumba!!! Saí logo animado. Cheguei ao carro liguei o rádio na M80. Logo me deparei com o som de: Killing me softly. Conduzi, sempre com medo de um camião desgovernado na minha direcção. Safei-me, cheguei ao meu destino - o Café. Nada me aconteceu nesses momentos. Um momento: meu; calmo; paz; silêncio; felicidade: consegui usufruí-lo na totalidade, apenas o detalhe da chuva e do granizo estavam a desconcentrar-me daquele momento.
Cheguei a casa já após a hora do almoço. Por infortúnio liguei a televisão. A luz de várias cores que emanava da TV, chegava ao meu olhar sobre a forma de uma novela, denominada: Mulheres Apaixonadas. A história é simples: dois episódios felizes (o primeiro e o último); duzentos e trinta e oito episódios de traições; sofrimento; infelicidade; maus actores; e beijos com a língua na traqueia de cada humano: eu apanhei um dos episódios do meio, sem a parte da língua na traqueia. Quando dei por mim estava na cozinha com uma faca de serrilha encostada ao pescoço; despertei após um pequeno gás da minha cadelinha. O aroma era igual ao emanado de manhã. O mesmo aroma a Friskies: Borrego e Vegetais.
As férias continuam...
Ainda falta o programa - Vida Nova - com a Fátima. Hoje é sobre pessoas obesas que estão infelizes, sozinhas... Ah! o Cláudio Ramos continua no programa...vivo.
A infelicidade continua.
Despeço-me com amizade
SAF
Assim que coloquei os pés fora da cama liguei a TV, à sorte. O canal que me calhou foi a TVI. Enquanto me lavava, com pedra pomes, as peles mais envelhecidas caíam a um bom ritmo - é o peso dos trinta e tal anos. Assim que cheguei ao quarto, o que pensava ser uma cópia do quadro: Guernica: logo vi que era o meu corpo no espelho. O dia começava bem. Quando, finalmente, esqueci aquela visão dantesca, começava o programa: Você na TV: o máximo de 15 dentes na audiência; 4 próteses; todos viúvos; apenas um pulmão por pessoa; 25 Kg em pedras nos rins; e cerca de 150 metros a menos de intestino: este era o inventário da assistência...ah!!! e 7 sacos, cheios.
Um dos convidados tinha sete filhos: dois transexuais; uma meretriz; um pisou uma mina em Angola, contava apenas meio filho; o outro meio tinha pisado uma mina na Nigéria; dois drogados; um em coma, depois de ter sido atropelado pelos dois meios filhos, no carro do pai - um guiava e outro tocava nos pedais, uma dupla perfeita (acabámos de receber a notícia que são apenas seis filhos...não resistiu à jante no baço). Pumba!!! Saí logo animado. Cheguei ao carro liguei o rádio na M80. Logo me deparei com o som de: Killing me softly. Conduzi, sempre com medo de um camião desgovernado na minha direcção. Safei-me, cheguei ao meu destino - o Café. Nada me aconteceu nesses momentos. Um momento: meu; calmo; paz; silêncio; felicidade: consegui usufruí-lo na totalidade, apenas o detalhe da chuva e do granizo estavam a desconcentrar-me daquele momento.
Cheguei a casa já após a hora do almoço. Por infortúnio liguei a televisão. A luz de várias cores que emanava da TV, chegava ao meu olhar sobre a forma de uma novela, denominada: Mulheres Apaixonadas. A história é simples: dois episódios felizes (o primeiro e o último); duzentos e trinta e oito episódios de traições; sofrimento; infelicidade; maus actores; e beijos com a língua na traqueia de cada humano: eu apanhei um dos episódios do meio, sem a parte da língua na traqueia. Quando dei por mim estava na cozinha com uma faca de serrilha encostada ao pescoço; despertei após um pequeno gás da minha cadelinha. O aroma era igual ao emanado de manhã. O mesmo aroma a Friskies: Borrego e Vegetais.
As férias continuam...
Ainda falta o programa - Vida Nova - com a Fátima. Hoje é sobre pessoas obesas que estão infelizes, sozinhas... Ah! o Cláudio Ramos continua no programa...vivo.
A infelicidade continua.
Despeço-me com amizade
SAF
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Mau ambiente
Alguém reparou ontem no Grande e na João, em como estavam chateados? Provávelmente não, eles foram muito discretos, mas eu fui no carro com eles e como a mim ninguém me engana consegui perceber alguma coisa. Para já não estavam tão entusiasmados com o jantar como eu estava, estavam os dois muito silenciosos e quando perguntei o que é que se passava com eles o Grande respondeu que era fim da semana e estavam cansados. Eu achei natural e compreendi, mas mais á frente aconteceu uma coisa e eu fiquei a pensar se seria só cansaço. Foi quando a João disse "Podes por favor baixar um bocado o volume do rádio? Obrigado." Eu sei, isto parece normal, mas primeiro achei aquilo de uma boa educação extraordinária, uma cena demasiado polida, carregada de formalismo, quase protocolar, e depois houve qualquer coisa no tom, na forma como a João disse aquilo, não sei explicar, porque a mim pareceu-me ouvir "Podes por favor baixar o volume do rádio seu pai de merda enquanto eu que realmente me preocupo vou aqui atrás com a nossa filha a dormir? Obrigado." E na festa, quando perguntei ao Grande se estavam chateados, ele sorriu e não me respondeu. Se é para trazerem esta merda de ambiente para o jantar dos outros, porque é que não ficam na casinha deles?
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Outra vez a escola - parte III

Este ligar e desligar do interruptor, esta desordem comportamental que os outros patos observavam, estas súbitas mudanças de humor que ninguém compreendia, tudo isto revelava uma profunda bipolaridade. Nunca antes se ouvira falar de bipolaridade em patos, mas a verdade é que estava ali um pato que não só era bipolar como também sofria de um distúrbio obsessivo-compulsivo. E isso era especialmente notado ao levantar voo e voltar para trás, levantar voo e voltar para trás, levantar voo e voltar para trás, pois se não o fizesse três vezes... não, não devia pensar nessa possibilidade. (...)
E Passado algum tempo
Ora então aqui está a sequência do meu projecto. Para os mais esquecidos as duas primeiras imagens já têm algum tempo.
Agora que estive um mês em casa deu para ir fazendo qualquer coisita.
A terceira imagem é como está agora e a quarta apenas coloquei as peças por cima para ver como ficava, enfim, paneleirices.
Até uma próxima
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Outra vez a escola (Parte II)

A manhã estava mais fria do que era costume. Ajeitou as penas da asa esquerda, gargarejou um pouco da água do canal, e grasnou alto, para o bando que já salpicava as nuvens de cinzento: "Então? Já vão? Isto não está muito frio para voar?". Não voava em grupo, mas perto do grupo. Era um falso solitário. No fundo, bem lá no fundo, era um egoísta que ligava e desligava o mundo à sua volta quando bem lhe apetecia... como um interruptor. Ligado: Agora estão aqui, e podem desfrutar da minha presença. Desligado: Agora não me apetece aturar-vos, portanto.. Adeus! (...)
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Outra vez a escola

Era uma vez um pato que voava nas nuvens. Não voava junto dos outros patos, mas sozinho, afastado da formação, sem contudo em momento algum a perder de vista. Estabelecera préviamente que o limite seria o canto do olho. Mais que isso não seria prudente. Os outros patos olhavam-no á distância e abanavam a cabeça, ninguém conseguia perceber aquilo, "olha que eu não voo em grupos!", dizia ele sempre que o bando se preparava para partir. (...)
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