segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dizia-lhe em holandês


O gajo deixava lá sempre os ténis (já contei isto no jantar do amigo secreto, aquela história do gajo que mora em frente ao Bruno deixar sempre os ténis à porta, não se lembram disto?, eu estava bêbado) mas não se limitava apenas em colocá-los à porta, não não, estavam sempre ligeiramente desviados para o lado, sempre para o mesmo lado, e sempre na mesma posição, e sempre muito juntinhos, e sempre que eu olhava para aquilo eu pensava "meu deus, há um profundo amor em todos os gestos desta rotina" "amor! amor! amor!" "puro e dourado mel escorre por jarros de cristal", a verdade é que tudo aquilo consistia num abuso do caralho, por isso fui falar com o Bruno.

- Mas que perversidade levará esta mente doentia a verter mel para cima dos próprios ténis?!

"Olha Bruno, não sei..." - disse-lhe eu, "mas o melhor é ires falar já com o gajo, nem vale a pena estares com grandes merdas, se fosse a ti dizia-lhe logo em holandês, porque estes gajos só assim é que vão lá.

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