domingo, 29 de agosto de 2010

Vamos com isto para a estrada?


Decidi fazer algo que nunca experimentei antes: masturbar-me no elevador do prédio dos meus pais, sem o bloquear entre pisos. Desta vez a idéia é andar para cima e para baixo, perceber como reajo à pressão de ser apanhado pelos vizinhos, ou até pelos meus pais, e quantas viagens preciso até à conclusão. Não, não! Estava a gozar! Depois de ler o post do Bruno decidi escrever um poema - para ser musicado e depois tocado por uma banda.

Traídores,
braços que prendem
outros braços

Então, que tal? É um haiku, um poema tradicional japonês com 3 linhas, mas pronto, fui eu que fiz, o que é que acham? Consegue-se arranjar 1 acorde aqui? Pode ser... ? E a seguir? Lança-se o single e vamos com isto para a estrada?

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Branco no preto

Sentado na estrada, em pleno asfalto
Sinto o calor que me chega do alto
Olho os traços, o branco no preto
O que eu fazia para te ter por perto

Sem carros, vazio, sem movimento
Assim sou eu, neste sono lento
a que chamam vida, tantas vezes perdi
que quando ganhei, nem sequer percebi

O sol desce, lá longe no fundo
e o escuro frio, invade o meu mundo
A noite a chegar, e tu sem mim
Morri mais um dia, tão longe de ti

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Balanços


Sinto vontade de olhar 38 anos para trás e de fazer um balanço. Mas que resultados teria ao antecipar um balanço em dois anos? O que ganharia eu com isso? Não sei, tenho medo de tentar. É melhor continuar a fazê-los de dez em dez anos. É mais seguro. É o meu sistema.

10 anos (1º balanço) – Percebi que não sabia fazer balanços. Comecei a chorar, a pensar que tinha desperdiçado os primeiros 10 anos de vida. Isso marcou-me profundamente. Por isso decidi passar os próximos 10 anos a aprender a fazer balanços.

20 anos (2º balanço) – Enquanto outros rapazes da minha idade jogavam à bola na rua, divertiam-se, conheciam raparigas, eu passava os dias recolhido no quarto a ensaiar balanços. Quando chegou o dia do meu aniversário (o dia do balanço) logo pude concluir que a história dos balanços impedia o meu desenvolvimento normal. Comecei a chorar, a pensar que tinha desperdiçado 10 anos da minha adolescência. Isso marcou-me profundamente. Por isso decidi passar os 10 anos seguintes a tentar não pensar muito em balanços.

30 anos (3º balanço) – Como consequência dos 10 anos perdidos, e apesar das minhas tentativas, não consigo integrar-me em lado nenhum. Encontro-me com 10 anos de atraso em relação às outras pessoas da minha idade, tão sem densidade, tão etéreo que pareço atravessar a matéria da realidade... e começo a chorar, a pensar que já são 30 anos a desperdiçar a vida por causa do 1º balanço.